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Regime Fundacional, precariedade e contratação foram “centro” de debate



Com as eleições a terem
lugar já no próximo dia 21 de março, o Regime Fundacional foi sem dúvida o tema
principal de debate, principalmente pela divergência que o tema causa entre os
oponentes da lista A “Afirmar a Universidade, Valorizar as Pessoas, Ganhar o
Futuro!”, da lista B “Uma Universidade de Todos para Todos” e da lista C “Universidade Cidadã”.

Se
Rui Vieira de Castro, líder da lista A se mostra totalmente de acordo com o
regime adotado pela UMinho recentemente, referindo que “é o melhor para a
estabilidade financeira” e sublinhando os benefícios em termos de contratação.
O ex-vice-reitor para a Educação afirmou que o CG deve estar centrado na
estratégia da Universidade e por isso, sendo eleito para o CG garante que
estará lá para “defender o modelo fundacional”.

Totalmente
em desacordo com o modelo escolhido pela Universidade, o líder da lista C,
Óscar Gonçalves, que fazendo já parte do atual CG votou contra o regime,
salientou mais uma vez os contras do regime, sublinhando que sendo agora uma
realidade e não se podendo fazer nada, propõe que seja feita “uma avaliação e
acompanhamento” para que no final destes cinco anos se consiga perceber se foi
uma boa opção ou não.

Para
o atual presidente da Escola de Engenharia, João Monteiro, não estando em total
desacordo com o regime e, destacando que é benigno, no sentido em que será mais
fácil fazer contratações e porque a Universidade já não tem que pedir
autorização à central de compras, refere que agora a avaliação “deve ser feita
daqui a cinco anos, altura em que a opção pelo modelo será renovada ou não”. Para
o líder da lista B, se ganhar as eleições a Academia poderá contar “com um CG
mais próximo das pessoas, mais interventivo”, referindo que este órgão tem de
ser mais aberto à comunidade, tem de ouvir os problemas e sugestões da
Comunidade, afirmando ser a sua “a melhor lista para fazer pontes”.

Foi
ainda questionado pela imensa plateia presente, um dos temas do momento “praxes”. Algo que os líderes das listas, na sua totalidade referiram que a
UMinho tem de atuar e precaver situações que vão contra os valores da
Universidade, de forma a que haja respeito pela dignidade humana e banir tudo o
que vá contra a liberdade de cada um.

Outro
dos temas mais “quentes” do debate foi a questão da transparência, referindo
João Monteiro que para haver transparência dentro do CG “não deve haver voto de
grupo, mas cada um por si”, sublinhando que não abona a favor da transparência
e da pluralidade haver um CG que apoie uma candidatura a Reitor, atirando desta
forma a “farpa” a Rui Vieira de Castro que assumiu que será candidato a Reitor.

Também
Óscar Gonçalves sublinhou que “estas são eleições para o CG”, devendo por isso
manter-se a “independência deste órgão relativamente ao reitor e às unidades
orgânicas”.

Também
a situação dos investigadores, a precariedade, a contratação esteve no centro
das atenções e das preocupações dos presentes, assuntos sobre os quais, João
Monteiro disse estar apreensivo “queremos resolver a questão da precariedade”,
sublinhando que a Universidade agora só pode contratar em regime privado, mas
que é o que querem fazer, com ou sem termo. “O balanço que faço é que é sempre
melhor ter bolseiros do que desempregados. Queremos acabar com a precariedade” disse.

Sobre
isto, o líder da lista C alertou que a “Universidade está envelhecida”,
frisando que se ainda consegue sobreviver é com os jovens investigadores
precários. “Isto é dramático, a grande urgência é o rejuvenescimento da
Universidade, envelhecimento e precariedade são dois grandes problemas atuais”afirmou.

Para
Rui Vieira de Castro a contratação tem de ser uma “opção estratégica da
Universidade”, algo em que a Universidade tem de apostar de forma a reforçar o
seu corpo de investigadores “é um objetivo que a Universidade não pode negar”,
reconhecendo que só assim a UMinho terá mais impacto.

O
debate acabou por ser calmo, sobressaindo o facto de todos pretenderem que o
próximo CG seja um órgão vigilante e que discuta os problemas da Academia, um
órgão que oiça as pessoas, que abra canais de participação e no qual a
estrutura académica se reveja.

 

Texto:
Ana Marques

Fotografia:
Nuno Gonçalves

 

(Pub.
Mar/2017)

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