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Tun’Obebes, a primeira tuna feminina da UMinho!



Como é que nasceu a Tun’Obebes?

A Tun’Obebes nasceu da vontade de viver
a vida académica ao máximo, e de um modo que já era uma realidade masculina – fazer parte de uma tuna académica. Apoiadas pelo Círculo de Arte e Recreio
(CAR), casa onde tivemos a nossa primeira sala de ensaios, e após alguns meses
de ensaios, estreamo-nos em palco no Teatro Jordão (antigo teatro vimaranense)
numa atuação inserida no programa das comemorações do Enterro da Gata, 5 meses
depois de a tuna ser criada, a maio de 1993. Assim, aliando o gosto pela música
à amizade, surgiu a primeira tuna feminina da Universidade do Minho.

 

Vocês são a Tuna Feminina de
Engenharia da Universidade do Minho, mas toda a gente vos conhece por
Tun’Obebes. Porquê e como surgiu a designação Tun?Obebes?

A origem do nome Tun’Obebes sempre foi
bastante questionada por ser um nome peculiar a quem o ouve pela primeira vez.
Em 1992 o CAR era o local para onde muitos caloiros iam, era um ponto de
paragem e convívio. Uma das nossas fundadoras costumava dizer a todos os
caloiros que via, em tom de brincadeira, “Oh, tu não bebes!”. Quando a tuna se
estava a formar e chegava a derradeira hora de decidir o nome, essa fundadora
entrou no CAR a dirigir-se aos caloiros como sempre o havia feito. Dessa feita,
surgiu o nome “Tun’Obebes” que também faz jus à aptidão que temos para beber
uns copos entre amigas.

 

Foi fácil ser a primeira tuna
feminina da UMinho, sobretudo no Pólo de Azurém, numa altura em que não haviam
tantas mulheres como há hoje nas engenharias?

Não foi, nem continua a ser. Estamos
convictas que apenas continuamos a crescer devido ao facto de muitas de nós não
serem da Tun’Obebes nos tempos livres, mas sim a tempo inteiro. Vivemos
diariamente a tuna, investimos tudo que temos e muitas vezes o que não
temos?tempo! As meninas em Guimarães têm estado mais atentas às nossas
atividades e divulgação, no entanto, ainda sentimos que há muito trabalho a ser
realizado nesse sentido, essencialmente, em Braga, onde poucos nos conhecem
como primeira tuna feminina ou pelas alterações características do nosso traje.
Temos muitas atividades planeadas para o próximo ano letivo e estamos certas
que estas dificuldades e obstáculos nos tornam diariamente mais fortes e como
uma agradável surpresa para quem ainda não nos conhece.

 

Em que é que vocês se
diferenciam das outras tunas femininas da academia?

Tentamos acompanhar a atualidade musical
sem nunca esquecer aquilo que nos caracteriza – a tradição e a musicalidade
tunae. Em todas as nossas músicas há um bocadinho de cada uma de nós também nos
arranjos que fazemos e na maneira como a interpretamos. Normalmente os nossos
originais e adaptações são sempre alvo de boas críticas e reações. Mais
recentemente introduzimos uma versão da “Paixão” do Rui Veloso e a balada “Passou por mim e sorriu” dos Deolinda. Continuamos a valorizar os artistas
portugueses e em breve pretendemos lançar uma adaptação de uma música da banda
em ascensão “Os Quatro e Meia”. Novidades em breve!

 

A Tun?Obebes completa em
dezembro 25 anos de existência. Qual é o segredo para esta longevidade?

O segredo para esta longevidade são o
respeito e a motivação. Respeito pelas tradições académicas e portuguesas,
respeito de todos os membros que constituem o grupo cultural e a vontade de
querer ser sempre mais para chegarmos mais longe. É um orgulho enorme sabermos
que estamos a dar continuidade a um projeto de um quarto de século. Pertencer a
esta família criada há mais de duas décadas ainda é algo inexplicável, ou por
lágrimas e sorrisos de nostalgia de quem já a vivenciou ou pela energia e
brilho no olhar de quem ainda luta por este projeto.

 

Como é que tem sido esse
percurso e quais os marcos mais importantes?

Neste nosso percurso é de ressaltar as
dez edições que realizámos do nosso festival de tunas femininas, o Serenatas ao
Berço. É um prestígio organizar um evento de cariz musical, tanto para
partilhar o património musical e cultural de Guimarães, como para divulgar a
cultura musical de outras tunas do país. Um dos grandes marcos será, no
entanto, a celebração desta data que se avizinha – o nosso aniversário. Pretendemos
dar à Tun’Obebes tudo aquilo que ela nos deu ao longo destes 25 anos, um ano de
celebrações em grande. Podemos adiantar que outra edição do Serenatas ao Berço
se avizinha e que esta será marcada com uma música original da tuna.
Acompanhem-nos porque muitas surpresas se avizinham!

 

Há alguma coisa que vocês ainda
não fizeram e gostassem de fazer?

Ao longo destes últimos 3 anos tem
havido um grande investimento em termos musicais, desde a readaptação de
algumas músicas que já integravam o nosso repertório, à introdução de outras
tantas. Por isso, gostaríamos de ver este esforço culminar na gravação de um
CD.

 

A Opum Dei é o vosso grupo
Padrinho. Como surgiu e como está essa ligação com os “Profetas de Roxo?”

A ligação com os “Profetas de Roxo” surgiu de algo que, provavelmente, é aquilo que mais os distingue (e a nós
também) – irreverência. Assim, e sendo o único grupo cultural feminino na
altura, eles foram os primeiros a acreditar no nosso potencial e a apoiar a
nossa existência. O elo de ligação com a Opum DEI ainda persiste, após todos
estes anos, sendo as nossas meninas carinhosamente tratadas por “afilhadinhas” ou “opum’bebes”.

 

Vocês este ano conquistaram
inúmeros prémios em festivais a nível nacional. Qual foi a chave para esse
sucesso?

Nenhuma equipa conquista grandes feitos
sem uma boa liderança e este ano sentimos que a nossa evolução foi realmente
substancial. Este crescimento é fruto do trabalho de todo o grupo aliado as
aptidões da nossa ensaiadora, que nos coordenou em termos musicais, e da nossa
magíster, que liderou o grupo de uma forma exímia. A vontade de querermos ser o
melhor que podemos, de modo a representarmos aquilo que o Minho tem de melhor,
foi a chave para o trabalho árduo que resultou em várias conquistas pelo
território nacional.

 

O vosso festival ao longo dos
anos tem vindo a ganhar dimensão nacional e saltou de um anfiteatro da UMinho
para o Centro de Artes e Espetáculos de Guimarães, o São Mamede. Para a edição
comemorativa dos 25 anos vamos ter alguma surpresa?

É verdade, a última edição do Serenatas
ao Berço foi grandiosa e a XI edição, na qual comemoraremos os 25 anos, não
ficará atrás! As informações para já não podem ser reveladas, mas podemos
confirmar que as surpresas serão muitas, por isso fiquem atentos!

 

Se uma aluna quiser entrar para
a Tun’Obebes o que é que tem de fazer?

Se uma aluna da Academia Minhota quiser
pertencer a esta família, apenas deve deixar a vergonha de lado e aparecer num
dos nossos ensaios: segundas e quartas, às 21h30, no 1º piso do Bar Académico
de Guimarães (Rua da Veiga). Deve trazer nada mais que boa disposição e vontade
de viver a vida académica ao máximo. Da experiência de quem ainda está na tuna
e de quem a deixou, podemos afirmar que pertencer a uma tuna não é só cantar e
tocar instrumentos, é partilhar novas experiências, conhecer novos locais,
adquirir competências e acima de tudo, ganhar uma nova família.

 

Texto e Fotografia: Nuno Gonçalves


(Pub. Set/2017)

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