Publicado em Deixe um comentário

Universidade do Minho comemorou 44 Primaveras!



O 44º aniversário da UMinho ficou
marcado, também, pelo primeiro discurso de Rui Vieira de Castro como reitor da Universidade
do Minho (
UMinho). Foi perante um salão repleto que foram
lançadas críticas ao financiamento e reconhecimento das universidades, enquanto
sublinhava o trabalho que vem sendo feito por estas: “As universidades, vêm
concretizando, pois, de um modo pleno, a sua missão de alto nível, tornando-se
atores poderosos na reconfiguração positiva do país”.

O responsável da Academia Minhota censurou
a ausência de uma estratégia nacional para a investigação; a não estabilização
dos quadros de financiamento do ensino superior, que não têm em conta a
qualidade de desempenho; a escassa autonomia das instituições e que prejudica a
sua missão; a imprevisibilidade e instabilidade no apoio à investigação
científica; a inexistência de apoio regular às unidades de interface entre  a universidade  e outras entidades; e a complexidade e
instabilidade dos processos de acreditação dos cursos, problemas, perante os
quais, parece existir “uma irresistível tentação para construir quadros legais
que impedem  a sua resolução” disse.

Tendo em conta, toda a “qualidade” e “impacto positivo da sua atividade”, Rui Vieira de Castro declara que “as
universidades são devedoras de um maior cuidado e de maior confiança por parte
do poder político”, sublinhando que, e falando sobretudo em relação à UMinho: “Não podem, por isso, ser vistas com desconfiança”. Dando como exemplo desta
desconfiança, o financiamento do ensino superior, para o qual frisa “urge
encontrar um modelo estável, reconhecível e transparente”.

Sobre a UMinho, o Reitor refere que,
apesar das alterações que ocorreram nos últimos tempos, a instituição manteve o
seu normal desenvolvimento. No domínio da educação, da investigação onde a
Academia “representa hoje cerca de 10% da produção científica nacional”, no
domínio da interação com a sociedade, “desenvolve uma forte colaboração com o
tecido empresarial, contribuindo ativamente para a promoção do desenvolvimento
socioeconómico do país e da região”, salientando-se aqui, o Projeto Bosch.

Sobre o novos projetos e processos para
este quadriénio, Rui Vieira de Castro destacou: a instalação do Instituto de
Investigação em Biomateriais, Biomiméticos e Biodegradáveis (já iniciada); o
Conselho de Presidentes de Unidades Orgânicas (já iniciou atividade); a
aprovação dos nomes do Presidente do Conselho de Ética e do Provedor Institucional;
estando para breve, a constituição de uma rede de apoio institucional na área
da Gestão de Ciência e Tecnologia; para além disto, o reforço da centralidade
das UOEI é também um dos grandes objetivos.

Deixando também algumas “boas-novas”, o
responsável da UMinho transmitiu que, serão abertos concursos para 100
investigadores, sendo que a Universidade irá, ainda, candidatar-se ao primeiro
concurso “Estímulo ao Emprego Científico Institucional” da FCT, que apoiará o
financiamento de 400 contratos para investigadores doutorados, “é de esperar
que daqui resulte também um significativo reforço da capacidade das nossas
unidades de investigação” afirmou. A nível da educação, será criado um Gabinete
de Apoio ao Estudante, pretendendo-se ainda o lançamento dos cursos já
acreditados de Licenciatura em Artes Visuais e de Proteção Civil e Gestão do
Território. Será criada uma “Carta de Princípios para a Interação com a
Sociedade”, através da criação de uma editora da Universidade e de um
Observatório de Políticas Públicas. Está a ser preparada, também, a “Carta de
Princípios para o futuro da internacionalização da UMinho”.

Já em fase de arranque, a UMinho tem
três projetos com enorme potencial, como é o caso do “The Discoveres Centre”, o “Centro de Computação Avançada do Minho” e o Laboratório Colaborativo em
Transformação Digital.

Não esquecendo as “restrições
orçamentais importantes” em que a UMinho e as outras instituições de ensino
superior se movem, Rui Vieira de Castro, diz que, mesmo assim, a UMinho deve “procurar criar as melhores condições possíveis 
para que os seus estudantes disponham de boas condições de trabalho”,
para o que será feita uma aposta no reforço das infraestruturas pedagógicas,
continuar a apoiar a prática desportiva e cultural dos estudantes, e estará
atenta às necessidades de apoio de emergência. Em relação aos trabalhadores não
docentes e não investigadores, a Universidade pretende, também, criar melhores
condições, anunciando a abertura de “cerca de 40 novos concursos” para lugares
até agora ocupados com trabalho precário.

Já Nuno Reis, e como seria de esperar,
mostrou-se atento e preocupado com as condições dos estudantes e com o
financiamento do ensino superior, sublinhando a este respeito, que os dados da
OCDE revelam que “é preciso duplicar o investimento” no sistema de Ensino
Superior e Ciência para que se cumpram as normas europeias, realçando que o
mesmo aponta a necessidade de uma “nova fórmula de financiamento para as
instituições de ensino superior”. A ação social é outro dos problemas
apontados, reivindicando um maior “investimento” na área.

A par disto, o dirigente associativo
chama a atenção para a “falta de alojamento”, sublinhando que a lei do
Orçamento de Estado para 2018 identifica esse problema, indicando mais
financiamento para a “construção de novas residências”, referindo sobre esta
questão, que a AAUM vai “promover um estudo global sobre o Custo de Vida na
Universidade do Minho”, dado que o existente é já de 2009.

“A Universidade do Minho tem sabido
responder aos desafios que lhe foram postos”. Foi desta forma que
Luís Valente de Oliveira considerou
a Academia Minhota, desafiando-a a

continuar a aproveitar as oportunidades, apontando a importância da constituição de consórcios e parcerias entre
a UMinho e empresas da região, e realçando o “potencial da constituição
dos laboratórios colaborativos”, de forma à concretização de projetos de investigação, emprego e financiamento.

Os
presentes na cerimónia comemorativa do 44.º aniversário da UMinho, assistiram, ainda,” à conferência de John
Martin, professor da University College London, submetida ao tema: ?A
Universidade no centro da sociedade”, para o qual, as instituições de Ensino
Superior não devem ser apenas observadoras, mas devem intervir ativamente em
todos os aspetos da vida nas cidades.
O docente falou, ainda, do “Brexit”, o qual
considerou uma “enorme estupidez”.


Prémio de
Mérito Científico entregue a José González-Méijome

Como de costume, por altura do seu aniversário, a UMinho atribuiu mais
uma vez o
Prémio
de Mérito Científico, que em 2018 foi para José González-Méijome. O
investigador, professor catedrático da Escola de Ciências e coordenador do
Laboratório de Investigação em Optometria Clínica e Experimental (CEORLab)
recebeu das mãos do Vice-reitor, Rui L. Reis o “galardão” atribuído anualmente a um docente que se tenha
destacado pela sua atividade de investigação.

?Sinto-me honrado com este
reconhecimento que se deve ao trabalho realizado por uma equipa de elevada
qualidade. Será um bom estímulo para prosseguirmos o nosso caminho, que
queremos que seja construído de muitos sucessos. A minha grande ambição é
contribuir para consolidar na UMinho um centro de excelência em Ciências da
Visão. Esta área abarca um conceito muito alargado que vai além da optometria,
envolvendo a perceção visual, a instrumentação e outros domínios explorados no
Centro de Física da academia. Gostaria muito de ter no futuro tudo isto
consolidado num centro de referência a nível internacional?, diz o investigador
laureado.

O Prémio de Mérito Científico já foi atribuído a dez professores da UMinho. Foi
lançado em 2009, tendo destacado desde então o trabalho de Nuno Peres (Escola
de Ciências), Rui L. Reis (Escola de Engenharia), Carlos Mendes de Sousa
(Instituto de Letras e Ciências Humanas), Odd Rune Straume (Escola de Economia
e Gestão), Nuno Sousa (Escola de Medicina), Armando Machado (Escola de
Psicologia), José Teixeira (Escola de Engenharia), Moisés de Lemos Martins
(Instituto de Ciências Sociais), Paulo Lourenço (Escola de Engenharia), além de
González-Méijome.

 

Texto: Ana Marques 

Fotografia: Nuno Gonçalves


(Pub. Fev/2018)

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *