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UMinho cria Unidade de Saúde Mental e Bem-Estar

A Universidade do Minho (UMinho), em colaboração com os Serviços de Acção Social (SASUM), apresentou ontem, dia 24 de outubro, o Projeto de Promoção da Saúde Mental e Bem-Estar, voltado não só para a comunidade estudantil, mas para toda a comunidade académica.

A sessão de apresentação do projeto não poderia ter tido melhor receção por parte da comunidade académica, que encheu dois auditórios para, não só conhecer o projeto, mas também ouvir sobre Saúde Mental. A conversa reuniu Guilherme Geirinhas (humorista), Samuel Martins Coelho (multi-instrumentista e compositor), Eugénia Ribeiro (coordenadora da Unidade de Intervenção Psicológica da APsi-UMinho e professora da Escola de Psicologia da UMinho) e Pedro Morgado (professor da Escola de Medicina da UMinho e Coordenador Regional de Saúde Mental do Norte).

A conversa, interessante e animada, “prendeu” o interesse de todos os presentes, que puderam ouvir que o mais importante para quem enfrenta problemas de saúde mental é falar abertamente sobre os seus problemas, procurar ajuda, ser ouvido e não julgado, sendo a família o seu grande “pilar”.

A Unidade de Saúde Mental e Bem-Estar ficará instalada nos campi de Azurém, em Guimarães, e Gualtar, em Braga. Este projeto é financiado pela Direção-Geral de Ensino Superior no valor de 500 mil euros.

Apesar da candidatura do projeto ter sido feita com foco nos estudantes, “o nosso compromisso é envolver toda a comunidade académica numa estratégia integral para o ecossistema académico”, começou por referir Adriana Sampaio, coordenadora institucional do projeto, apelando a que toda a comunidade responda ao inquérito lançado no âmbito do “Projeto PROMETEU”, que objetiva a recolha de dados para a caracterização da saúde mental e bem-estar dos membros da academia UMinho.

O projeto agora lançado visa desenvolver um novo paradigma de ação focado na promoção da saúde mental, integrando as diversas iniciativas já existentes na Universidade e oferecendo intervenções específicas para atender às necessidades dos alunos. Utilizando o modelo Stepped Care, o programa busca criar condições para intervenções eficazes e adaptadas às realidades dos estudantes. “Não se trata apenas de disponibilizar serviços, mas de oferecer serviços de qualidade nesta área”, sublinhou a responsável. Pretende-se, assim, com a implementação deste projeto, que o bem-estar e a saúde mental sejam uma “prioridade transversal, abrangendo toda a comunidade académica e servindo de alavanca para o sucesso da comunidade estudantil”, indicou Adriana Sampaio.

Para Carlos Almeida, Diretor do Departamento de Apoio Social dos SASUM, dos serviços prestados pela organização, que incluem os domínios do Alojamento, Alimentação, Bolsas de Estudo, Apoio Médico e Psicológico, e Apoio às Atividades Desportivas e Culturais, “dependem o bem-estar de muitos estudantes”, sublinhando que os SASUM existem “para mitigar e, se possível, eliminar os desequilíbrios de ordem social e económica que tantas vezes deitam por terra os sonhos dos estudantes mais desfavorecidos”. Revelando alguns números, referiu que entre 1 de janeiro e 30 de setembro foram atendidos 136 estudantes e prestadas 672 consultas de psicologia, sendo que metade destes estudantes são bolseiros. Já neste arranque de ano letivo, foram registados 34 novos pedidos de primeira consulta. Com o lançamento, a 30 de setembro, dos cheques de psicologia e nutrição, deram entrada nos SASUM 318 pedidos de consulta, dos quais 173 eram de psicologia. “Sendo certo que os números não revelam tudo, é inegável a existência de uma procura crescente de apoio à saúde mental por parte dos mais pobres”, afirmou.

Segundo  Almeida, este modelo “integra as respostas existentes e os serviços prestados no seio da Academia, em articulação com serviços externos e especializados em saúde mental”, um modelo que, como explica, “é assente na proximidade aos estudantes, um modelo flexível, de resposta rápida e eficiente”, em suma, “um modelo que pretende tornar mais acessível e imediato o acesso dos estudantes ao apoio psicológico, reduzir o estigma associado à doença mental e esbater o seu impacto no desempenho académico”, aponta. Concluindo, assinala o projeto como “um novo impulso na nova missão de cuidar dos nossos estudantes”, acreditando que, com isto, “iremos marcar muito positivamente o percurso de cada um”.

Ovídio Domingues, presidente da Associação de Funcionários da UMinho, realçou a promoção da saúde mental e do bem-estar no contexto de trabalho como algo “incontornável” no mercado de trabalho globalizado e competitivo atual, apontando que as organizações que não o promovam, acabam por “ter custos enormes”.

Em representação da Associação Académica (AAUMinho), Mafalda Azevedo afirmou que a saúde mental é “um direito” de todos e, por isso, deve ser pensado um sistema de saúde mental “eficaz, simples, acessível e abrangente”. Mostrando o apoio da AAUMinho ao projeto apresentado, referiu que “há sempre mais que pode ser feito”, apontando a criação de “mais espaços de diálogo”, de modo que se possa falar à vontade e sem estigmas, sublinhando que a saúde mental deve ser “um pilar da nossa Universidade”.

O vice-reitor, Eugénio Campos Ferreira, em representação da Reitoria da Universidade, afirmou que a inauguração da Unidade de Saúde Mental e Bem-Estar “marca um passo significativo no compromisso da Universidade com a saúde mental de todos os seus membros”, um projeto que é “uma iniciativa estruturante, inovadora, que tem potencial para transformar a forma como encaramos e promovemos o bem-estar psicológico no ambiente académico”, sublinhou.

Texto: Ana Marques

Foto: Nuno Gonçalves

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