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?... o grande objetivo do grupo é perpetuar a tradição do Fado Académico??

O gosto pela música, em especial pelo Fado de Coimbra, aliado ao desejo de prolongar um passado académico e de não deixar morrer as tradições académicas, juntou-os, nascendo assim o Grupo de Fados e Serenatas da Universidade do Minho (GFSUM).

Fundados em fevereiro de 2002, o grupo estreou-se, oficialmente, nesse mesmo ano, na Serenata do Enterro da Gata da Universidade do Minho (UMinho). Com um trajeto de 21 anos, o grupo conta com um currículo de respeito, e pelo caminho, com a edição de dois CD?s.

O UMdicas esteve à conversa com a direção do grupo para saber mais sobre o GFSUM, sobre a sua origem, trajeto, sobre os seus projetos e sobre o seu futuro.

Podemos dizer que o Grupo de Fados e Serenatas da Universidade do Minho é um grupo jovem. Como surgiu a ideia da sua criação?

O grupo foi fundado em 2002, celebramos em fevereiro deste ano, oficialmente, 21 anos. O grupo surgiu da ideia de perpetuar a tradição do Fado de Coimbra ou Fado Académico. É uma das tradições enraizadas em Braga, nas próprias serenatas que faziam no Sá de Miranda, de onde surgiu depois o Enterro da Gata da Universidade do Minho (UMinho).

Pegamos nessa vertente da Canção Coimbrã, na altura só havia outro grupo que era da Associação Recreativa e Cultural Universitária do Minho (ARCUM), mas estava um pouco desagregado. Há época, éramos ainda todos estudantes, decidimos criar o GFSUM, que integrou também alguns elementos do Grupo de Fados da ARCUM, sendo que foram eles que começaram a fazer, com regularidade, a serenata do Enterro da Gata e do Caloiro, tradição que hoje em dia foi quebrada, infelizmente.  Portanto, podemos dizer que o grande objetivo do grupo é perpetuar a tradição do Fado Académico e das tradições académicas.

De que é feito este grupo e como se caracterizam?

Somos um grupo cultural pequeno. Atualmente, constituído por seis elementos (duas guitarras portuguesas, duas violas e duas vozes), todos alumni da UMinho. Além destes, a participar mais esporadicamente, temos outro cantor, mais uma viola e duas guitarras portuguesas. Ao longo dos anos temos tido alunos que vão integrando o grupo, mas não sendo de Braga, quando concluem o curso o vínculo acaba por se perder.

Ao longo do vosso percurso, o Grupo de Fados e Serenatas da Universidade do Minho tem vivido altos e baixos. Como descrevem o vosso trajeto e como consideram o momento atual?

O grupo está estabilizado. Por sermos um grupo pequeno criam-se laços de amizade mais duradouros. Estamos sempre abertos à entrada de outros elementos, mas a ideia será, caso venham, que adquiram alguma experiência connosco, mas depois, que formem outro grupo, sendo o objetivo perpetuar a tradição dos grupos de fado. Com apenas um grupo de fados há muitas limitações, por isso, apoiamos a formação de outros grupos, que vão seguir o seu caminho, vão chamar mais gente, vão promovendo a divulgação e será mais fácil perpetuar a tradição. Não tem sido fácil, pois além de tocar, é preciso ter gosto pelo fado, pela canção académica.

Em que se destaca e diferencia o Grupo de Fados e Serenatas da Universidade do Minho dos outros grupos culturais?

Os nossos espetáculos, por norma, e atualmente, não se direcionam a grandes públicos. Mas já fizemos espetáculos para muito público, inclusive fomos dos primeiros grupos a atuar no Teatro Circo após a renovação, com o ?Serenata ao Fado?. Organizamos três edições, tivemos cá grandes nomes da canção de Coimbra, todas as edições com lotação esgotada.

Atualmente, estamos a ver se retomamos esse espetáculo, mas como somos poucos, há alguma limitação de tempo e de verba, uma vez que as nossas verbas advêm das atuações que fazemos. Como somos independentes da Universidade, monetariamente, apesar de sermos um grupo da Universidade, a vertente financeira torna-se mais complicada.

Para além de termos o propósito de retomar o espetáculo ?Serenata ao Fado?, vamos ter uma parceria com a Orquestra de Cordofones Tradicionais de Braga, com a qual deveremos fazer um espetáculo no final do ano, que incluirá Canto, Guitarradas e Música Tradicional.

Como caracterizam as vossas performances em palco? O que trouxeram e trazem ao panorama cultural da Universidade?

Trazemos uma continuidade de tradição. Braga sempre teve muita tradição em guitarra, nós ao criarmos o grupo e ao continuarmos ativos, estamos a manter essa tradição da guitarra, da canção de Coimbra, e isso puxa outros aficionados.

Relativamente aos restantes grupos culturais, a diferença está, essencialmente, na dimensão do grupo e no tipo de instrumentos que usamos, não somos tão exteriónicos.

Quem pode fazer parte do grupo? Como chegar até vós e como é feita a seleção de novos membros?

Qualquer aluno ou ex-aluno da UMinho pode entrar no grupo. Qualquer um que tenha interesse pode demonstrá-lo através de email, através das nossas redes sociais, certamente daremos feedback. Atualmente, os nossos ensaios são a cada 15 dias, a partir das 21:30, num espaço cedido no Colégio de São Caetano, em Maximinos. Aparecendo num dos nossos ensaios, para nós, o fundamental será o gosto pelo Fado, o resto vai-se alcançando.

No vosso percurso, quais os momentos e participações que destacam? Onde podemos encontrar o grupo e qual o vosso ponto alto do ano?

Atualmente, vamos fazendo pequenas atuações na cidade de Braga e na zona do Minho, mas são atuações mais intimistas, o grupo é pequeno e proporciona-se a isso. Costumávamos atuar com regularidade no Enterro da Gata, mas é claro que os momentos que mais destacamos foram as atuações nas três edições do ?Serenata ao Fado?, entre 2008 e 2010, momentos que resultaram no lançamento do CD ?Serenata ao Fado?, em 2011, um trabalho discográfico com 32 temas, gravado ao vivo. Para além deste CD, editamos ainda o ?Tons de Sépia?, em 2005.

Quais os projetos do grupo mais importantes a curto/médio prazo?

O nosso projeto atual mais importante é mesmo reavivar o espetáculo ?Serenata ao Fado?. Estamos a ver se conseguiremos verba, e, caso isso seja possível, vamos dimensionar o projeto à verba que possuirmos. Depois temos também o espetáculo, no final do ano, em conjunto com a Orquestra de Cordofones Tradicionais de Braga.

A dinamização do grupo, torná-lo cada vez mais atrativo é, provavelmente, um dos vossos grandes objetivos. O que têm a dizer aos interessados em fazer parte do grupo?

Venham, contactem-nos. O que queremos é que venham até nós, aprendam, embrenhem-se do espírito e que depois ganhem ?asas?.

Qual é maior sonho do Grupo de Fados e Serenatas da Universidade do Minho?

Neste momento, é a retoma do ?Serenata ao Fado? e perpetuar o legado que temos, a tradição do fado Coimbrã aqui em Braga.

2020 e 2021 foram anos particularmente difíceis para a cultura. Como viveram este período atípico? Como tem sido voltar à normalidade?

Fomos fazendo pequenas atuações e ensaios online, tentando manter os dedos e as vozes aquecidas! O voltar à normalidade foi sentido, sobretudo, com um maior entusiasmo da parte do público.

Como analisam o contexto dos grupos culturais na vida da Universidade e de um universitário?

Penso que é muito importante para um universitário fazer parte de um grupo cultural, a universidade não pode nem deve ser só letras e números, a parte social é muito importante para quem se forma no ensino superior. A pertença a um grupo cultural cria vínculos de amizade, de conhecimentos, relações que ficam para toda a vida, oferece experiências que não se consegue em qualquer outro contexto, dá mais mundo a quem por lá passa e prepara-os melhor para o futuro, pessoal e profissionalmente.

Uma mensagem à comunidade académica?

Venham conhecer o Grupo de Fados e Serenatas da Universidade do Minho, contactem-nos, apareçam, teremos todo o gosto em recebê-los nos ensaios. Venham preparados para uma tertúlia, para criar laços. 

Texto: Ana Marques

Foto: AAUM

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