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Dois trabalhos sobre o grafeno e um sobre os pontos quânticos, realizados por investigadores do Centro de Física da Escola de Ciências da Universidade do Minho, foram seleccionados para incorporar a lista dos melhores artigos do ano em duas prestigiadas publicações da área, ?Journal of Physics? e ?Physica Status Solidi?. O facto contribui para o reconhecimento e a excelência do papel da UMinho no ramo da física da matéria condensada, dos novos materiais e nanoestruturas. Os jornais e revistas científicas fazem este tipo de selecção entre centenas de artigos que publicam durante o ano e colocam os melhores trabalhos normalmente em acesso livre, para atrair mais leitores e autores.
“The transport properties of graphene”, do professor Nuno Peres, e ?p-type doping of graphene with F4-TCNQ?, do ex-aluno de licenciatura e mestrado Hugo Pinto, figuram na “collection of outstanding papers” do “Journal of Physics Condensed Matter”, entre 35 trabalhos de todo o mundo. A física do grafeno debruça-se sobre um novo alótropo do carbono (os outros são o diamante, grafite, fulerenos e nanotubos). O material foi descoberto em 2004 e de início era obtido a partir da exfoliação da grafite, ou seja, de um simples pedaço de carvão. Hoje é produzido em folhas de cerca de 30 polegadas. ?Isto é algo de extraordinário, se atendermos a que o grafeno é uma folha com a espessura de um único átomo?, refere Nuno Peres. A coreana Samsung começou já a produção em massa de folhas de grafeno, que serão incorporadas como eléctrodos transparentes na nova geração de ?touch-screens? de dispositivos electrónicos a produzir pela empresa, substituindo com enorme vantagem os actuais óxidos de índio.
Entretanto, o artigo ?Anti-Stokes cooling in semiconductor nanocrystal quantum dots: A feasibility study?, do professor Mikhail Vasilevskiy, também da UMinho, teve destaque de capa na revista ?Physica Status Solidi?, da editora Wiley, e foi depois eleito pelos editores para o top dos melhores do ano. O trabalho aborda os pontos quânticos ou ?átomos artificiais?, que são partículas cristalinas de um material semicondutor, com o tamanho de poucos nanómetros (0,000000001 metros). Estes objectos emitem luz de um comprimento de onda característico, cujo tamanho pode ser controlado pelo homem. Para que os átomos artificiais emitam a luz da sua cor característica é preciso ?excitá-los?, utilizando por exemplo um laser. Neste artigo, Mikhail Vasilevskiy considera uma situação invulgar: quando a energia das partículas da luz emitida é superior à da luz que excita os pontos quânticos. A energia em falta é então retirada da rede cristalina, fazendo com que a sua temperatura baixe. O estudo avalia assim as possibilidades de utilizar este fenómeno, designado ?fotoluminescência anti-Stokes?, para atingir o arrefecimento de superfícies em que os pontos quânticos podem ser expostos.
Mais informações em: http://iopscience.iop.org/
Em anexo: Capa da revista ?Physica Status Solidi? com o trabalho de Mikhail Vasilevskiy sobre os ?átomos artificiais?
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(Pub. Ago/2010)
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