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Após da “Semana da Lasanha”, “Semana da Francesinha” e de outras semanas temáticas proporcionadas pelo DA, eis que chega a vez da “Semana Bio”. “Temos tentado todos os anos assinalar a Semana BIO com iniciativas diversas, de forma a divulgar este tipo de produção agrícola e os seus benefícios na nossa alimentação”, corrobora a Engenheira Celeste Pereira, Directora do DA.
Com uma das mais elevadas taxas de obesidade infantil da Europa, Portugal destaca-se no ranking. Com um estilo de vida cada vez mais sedentário, aderindo às comidas rápidas em vez de legumes e aos jogos virtuais em vez de desportos reais, os pais das crianças recusam falar no assunto, considerando-o um estigma social. A obesidade afecta física e psicologicamente a vida das pessoas que sofrem com esta doença, podendo mesmo levar a sérios distúrbios que vêm sempre de mão dada com este rótulo de “gordinho”. Além de problemas de obesidade, os problemas relativos a uma alimentação deficiente podem levar a uma certa hiperactividade.
É neste âmbito que o Departamento Alimentar (DA), em parceria com a AgroBio (Associação Portuguesa de Agricultura Biológica), Bela Luz (Plantas Aromáticas e Medicinais) e a Plantit (Hortas & Jardins Ecológicos), decidiram plantar esta ideia, “trazendo para junto do consumidor” um esclarecimento relativamente aos produtos biológicos, como afirma a Engenheira Elisabete Costa, uma das responsáveis por esta iniciativa. “Queremos chegar mais perto do consumidor, levando-lhe um pouco do que é a agricultura biológica e os produtos”, elucida a responsável, afirmando que “é uma falha” não existirem mais actividades deste género no meio académico. Desta forma, a Exposição BIO forneceu aos alunos da UM mais informação relativamente aos produtos biológicos.
A Directora do DA esboçou também o objectivo desta iniciativa: “Queremos influenciar e incutir nas pessoas da nossa academia a consciencialização para uma alimentação saudável e vidas salutares”.
Segundo Elisabete Costa e Celeste Pereira, a agricultura biológica serve, não só de alavanca para um estilo de vida mais saudável, mas também como impulso para um desenvolvimento cada vez mais sustentável num planeta que se encontra “doente”, como sugeriu Elisabete.
Com uma boa adesão, Ana Berenga acredita que “toda a gente se devia interessar por este tipo de actividade, pois cada vez mais se vê o desgaste do planeta e é importante encontrar alternativas à agricultura convencional”, refere a funcionária da UM.
Uma característica dos produtos denominados biológicos é o seu custo elevado quando comparado com produtos convencionais. Contudo, Elisabete Costa acredita que “se investe na nossa saúde” ao comprar estes alimentos e “se formos a ver a composição, não são assim tão caros”, remata. Já Ana defende que “não há muita oferta, e o que há é muito caro!”. Partilhando o mesmo ponto de vista, Paula Cristina, também funcionária, refere que costuma usar estes produtos “raras vezes, devido ao seu preço”.
Num país em que a crise é uma realidade, e afecta todos os que estão inseridos numa sociedade economicamente em decadência, a responsável acredita que “cada vez mais as pessoas se preocupam em ver os rótulos, optando por produtos biológicos”.
Apesar do seu custo elevado, os produtos biológicos são conhecidos pela sua confecção natural, que não recorre ao uso de químicos, e consequentemente pelo seu estatuto de “amigos do ambiente”. Elisabete Costa afirma que estes produtos “mais saudáveis” têm, ao longo dos dois dias “suscitado a curiosidade dos alunos e funcionários, provocando ainda algumas dúvidas”, conclui.
Uma vez que o preço das senhas da cantina cresceu substancialmente, a responsável, apoiada pela directora do Departamento Alimentar, lança uma possível justificação: “A Universidade do Minho e o DA mostraram abertura no sentido de inserir alguns produtos biológicos nas suas ementas”.
Texto:Rita Vilaça
Fotografia: Nuno Gonçalves
(Pub. Dez/2010)
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