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O fato é composto por sensores eletrónicos e têxteis integrados, sendo os dados enviados por um sistema sem fios para análise em tempo real. Este equipamento pode vir a ser aplicado noutros desportos e áreas, desde a saúde ao lazer, revela o coordenador do projeto, André Catarino, investigador do Centro de Ciência de Engenharia Têxtil (2C2T) da UMinho.
O projeto chama-se BIOSWIM – Body Interface System based on Wearable Integrated Monitorization e surgiu informalmente em 2005, a partir de conversas entre investigadores do 2C2T, do Centro Algoritmi, ambos da UMinho, do INESC-Porto e da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, tendo-se iniciado em finais de 2007 com apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia.
O objetivo é criar um fato instrumentado de natação, com cerca de vinte sensores colocados em zonas estratégicas, para se analisar parâmetros biomecânicos, fisiológicos e de desempenho do nadador. Por exemplo, o ritmo cardíaco, a atividade muscular, acelerações dos membros, pressão palmar, temperatura timpânica, frequência respiratória e a posição do nadador, entre outros.
“A medição de parâmetros na água era feita, de um modo geral, recorrendo a transmissão de dados baseada em fios, devido à quantidade de informação a transmitir; por outro lado, a maior parte dos sensores é fixada através de fortes adesivos, envolvendo uma preparação morosa”, recorda André Catarino, para acrescentar: “Decidimos por isso pensar em algo fácil de vestir, sem fios ligados ao exterior e que incomode o menos possível”.
Os dados do treino são transmitidos em tempo real à base central e simultaneamente guardados em memória para análise posterior. Deste modo o treinador poderá complementar a sua observação com dados que permitirão aperfeiçoar o desempenho do atleta, assim como aperceber-se de sinais de fadiga extrema, de alerta. O coordenador sublinha que “no mundo há pesquisas em várias vertentes, mas neste projeto procurou-se juntar tudo num único produto”.
Desenvolvimento futuro em várias áreas
Um dos objetivos do BIOSWIM é dar conforto extra aos nadadores, ou seja, a peça ser mais fácil de vestir apesar dos diversos sensores integrados, mantendo uma compressão no corpo semelhante aos fatos de competição. O grupo de investigação tem em mãos possibilidades de desenvolvimentos futuros com potencial impacto, como por exemplo melhoramentos na comunicação sem fios, aumento do número de sensores, desenvolvimento de novos sensores têxteis e melhoramentos no fato de natação, com a inclusão de novos materiais. Outros parâmetros, como os químicos, com base na transpiração, deverão também ser incluídos numa segunda fase deste projeto.
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(Pub. Jan/2012)