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Artigo de opinião – Muito mais do que um congresso sobre Educação

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Artigo de opinião – Muito mais do que um congresso sobre Educação

Licínio C. Lima ⠿ 17-06-2025 15:00

O Instituto de Educação da UMinho, criado há 50 anos para ensinar, investigar e intervir na área de conhecimento da Educação e domínios afins, realiza entre 16 e 20 de junho de 2025 a primeira edição da Bienal de Educação, subordinada ao tema “O Futuro é Educação. As Pessoas, a Vida e a Escola”.

Esta realização, alicerçada em projetos de ensino, de investigação e de interação com a sociedade levados a cabo durante décadas e em múltiplos contextos institucionais, países e continentes, pretende projetar essa experiência de meio século para refletir criticamente sobre o presente e o futuro da educação: das políticas educativas, das ideias pedagógicas, dos contextos sociais e organizacionais, das comunidades e dos projetos educativos, das práticas socioeducativas, dos currículos e das avaliações, das novas tecnologias, das aprendizagens e do desenvolvimento humano, dos formandos e dos formadores, dos tempos e espaços educativos, da educação dos educadores.

Mobiliza para aquele efeito investigadores portugueses e estrangeiros, estudantes universitários, educadoras, professores e alunos dos ensinos básico e secundário, dirigentes educativos, sindicatos e associações, departamentos oficiais, municípios, instituições culturais e de educação formal e não formal.

Adotando uma organização variada que inclui, entre outros, conferência plenárias, mesas redondas, comunicações livres, posters, mesas de discussão, mostra de projetos, atividades culturais, a Bienal de Educação pretende afirmar-se como um espaço aberto, democrático e de liberdade, de criatividade e de convivialidade, de cruzamento de saberes, de encontro e de diálogo entre sujeitos implicados na educação permanente.

Espero, assim, que venha a contribuir para uma visão crítica e aprofundada dos fenómenos educativos, cientificamente informada, axiologicamente inscrita em valores democráticos e de promoção dos direitos humanos, da justiça social e da cidadania ativa. Por isso capaz de superar mitos e estereótipos - da “tirania do mérito” e dos “terrores da performatividade”, à hegemonia das “competências para competir” -, bem como de visões de curto prazo, tecnocráticas e alienantes, de lógicas qualificacionistas e de mera produção de “capital humano”, esquecendo que a educação, enquanto processo de humanização dos seres humanos, é incompatível com a sua subordinação a uma racionalidade puramente instrumental e a uma pedagogia contra os outros.

E é por isso que creio que esta I Bienal é muito mais do que um congresso sobre Educação.

Atualizado a 17-06-2025 15:00