Escola de Ciências da UMinho celebra 50 anos com foco no futuro

Ana Marques ⠿ 25-02-2025 09:00

A cerimónia de comemoração dos 50 anos da Escola de Ciências da Universidade do Minho (ECUM), realizada na passada sexta-feira, 21 de fevereiro, foi marcada por um olhar tanto para o passado quanto para o futuro da instituição.

O Presidente da Escola de Ciências, José Manuel González-Méijome, abriu a sessão ressaltando o significado especial deste dia, afirmando que "esta é a quarta cerimónia na qual participo, enquanto Presidente da Escola, e é especial", destacando ainda a cerimónia como uma oportunidade para prestar contas à comunidade da Escola e da Universidade do Minho (UMinho), aos estudantes, colaboradores e instituições parceiras.

No seu discurso, o Presidente refletiu sobre o impacto da ECUM na UMinho, afirmando que "a nossa unidade científico-pedagógica das Ciências Exatas e Naturais, hoje Escola de Ciências, completa 50 anos. Como já puderam ver os mais atentos, na exposição do hall de entrada deste edifício, hoje temos muito o que celebrar." Fez também questão de reconhecer a contribuição de mais de 700 pessoas ao longo dos anos, referindo que "a memória de mais de 700 pessoas que contribuíram para esta efeméride, os cursos conferentes de grau, 37 dos quais ainda em funcionamento na atualidade, e os mais de 72 mil jovens estudantes envolvidos em atividades de divulgação apenas nos últimos 20 anos, são um testemunho que devemos celebrar. É-me particularmente cara a presença de vários dos antigos presidentes da Escola, pois hoje consigo reconhecer neles a enorme tarefa que representa conduzir uma unidade orgânica desta dimensão humana, pedagógica e científica, como é a Escola de Ciências da Universidade do Minho. A todos e a todas vós, em nome dos membros da Escola, muito obrigado por terem pavimentado a estrada que hoje percorremos, orgulhosos pelo caminho realizado e confiantes no futuro."

Méijome compartilhou ainda os objetivos futuros da Escola, afirmando que "apesar das muitas incertezas externas e internas, não deixaremos de trabalhar para concretizar a elaboração do projeto das futuras instalações da Escola de Ciências", expressando otimismo em relação ao futuro da Escola e a sua expansão, com a construção de novas infraestruturas.

Por fim, o Presidente mencionou que a ECUM, mais do que nunca, "fala por si e por todos nós", reforçando a importância do legado da instituição e o seu impacto duradouro na sociedade e na educação.

O reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, também presente na cerimónia, fez questão de parabenizar a ECUM pelos seus 50 anos, destacando o papel "decisivo" que a Escola teve para a construção da UMinho, afirmando que, "a Escola deve ser mais parabenizada por isso, parabéns estes que decorrem da verificação do papel decisivo, e a palavra não é escolhida por acaso, do papel decisivo que a Escola teve para a construção daquilo que é hoje a Universidade do Minho."

Continuando, agradeceu a todos os que contribuíram para o sucesso da Escola: "Agradecer à Escola é, evidentemente, agradecer às pessoas que a fizeram, foram muitas, o professor José Manuel inventariou-as, às pessoas, à qualidade da sua atividade, da sua atividade de educação, da sua atividade de investigação, à qualidade da atividade de suporte a estes eixos fundamentais da nossa atividade." O reitor também reconheceu a importância das entidades externas que ajudaram o desenvolvimento da Escola e da Universidade, ressaltando o impacto fundamental dessas parcerias.

Sobre o futuro, o reitor mencionou a necessidade de levar em consideração o "contexto" em que as universidades se inserem, especialmente diante da "enorme instabilidade e imprevisibilidade" do mundo contemporâneo, incluindo as mudanças geopolíticas e sociais. Alertou para os desafios que a Europa enfrenta, com a crescente preocupação com a "competitividade", afirmando: "O problema é um problema diagnosticado como sendo de competitividade. A Europa tem um problema de competitividade que a posiciona como realidade mais débil no grande contexto geopolítico."

Além disso, o reitor destacou a importância de adaptar a educação superior às novas necessidades da sociedade e da economia. "Devemos olhar para a educação e perguntar como podemos responder às novas necessidades da sociedade, que são necessidades da economia", afirmou, enfatizando a importância de fortalecer a formação técnica e ética dos alunos.

No campo da investigação, o reitor falou sobre a necessidade de alinhar as políticas científicas com a competitividade da União Europeia e destacou a importância do financiamento adequado para pesquisa e inovação. Assinalando a importância do "reequipamento científico", mencionou a recente alocação de verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para o financiamento de equipamentos de pesquisa. "O financiamento do PRR pode ser uma oportunidade para melhorar as infraestruturas científicas da Universidade", disse, ressaltando a importância de uma utilização estratégica dos recursos disponíveis.

O reitor concluiu com uma mensagem de confiança no futuro: "Desejo que a Escola de Ciências continue a trilhar o caminho de excelência iniciado há 50 anos, com o esforço de todos os envolvidos, e que a UMinho se mantenha fiel à sua missão de gerar, difundir e aplicar conhecimento, sempre com foco nos princípios humanistas."

As celebrações do cinquentenário da Escola de Ciências começaram agora, mas vão decorrer ao longo de todo o ano, indicou o presidente. "A exposição "50 Anos a Construir o Futuro", que já podem contemplar e que irá passar por vários pontos das cidades de Braga, Guimarães e Famalicão nos próximos meses. A "Caminhada com Ciência" pela via litoral norte na primavera, o lançamento do podcast "Ciência à Moda do Minho", com estreia marcada para o verão, o lançamento do livro "A Memória dos 50 Anos da Escola de Ciências", num evento especial num local público da cidade de Braga, no outono, e uma edição especial da iniciativa "Ciência Feita Arte", no final do ano. Haverá ainda alguma surpresa reservada para o encerramento do ciclo anual", elencou. "Vão ser muitos e bons momentos que vamos passar juntos, à volta da ciência, para valorizar e projetar para o futuro", afirmou José Manuel Méijome.

Atualizado a 25-02-2025 09:00