PERCURSOS ... Francisco Pereira
Ana Marques ⠿ 26-06-2025 10:00
20 anos de dedicação ao desporto universitário
Francisco Pereira nasceu e vive em Famalicão há 44 anos. Desempenha funções nos Serviços de Acção Social da Universidade do Minho (SASUM) há, precisamente, 20 anos. Atualmente, integra o Departamento de Desporto e Cultura (DDC), uma equipa com cerca de 20 colaboradores.
Nesta entrevista, o colaborador dos SASUM fala-nos do seu percurso de vida e experiência profissional, revela como é o dia a dia no DDC e olha para o futuro com “muita esperança e compromisso”.
Quem é o Francisco Pereira?
Tenho 44 anos, sou natural de Oliveira Santa Maria, em Vila Nova de Famalicão. Sou licenciado em Gestão do Desporto e estou, atualmente, a concluir a dissertação do Mestrado na mesma área. Exerço funções como coordenador técnico no DDC.
Desde que chegou à Universidade do Minho, os SASUM tornaram-se a sua casa profissional. Como começou esta jornada?
O meu primeiro contacto com a Universidade do Minho e com o DDC dos SASUM foi como voluntário no Campeonato Europeu de Voleibol, realizado no Complexo Desportivo de Gualtar, em 2004. Nessa altura, estava a frequentar a licenciatura em Gestão do Desporto no ISMAI. O convite surgiu através de um colega de curso, Paulo Ferreira, que então colaborava com o DDC.
No final do evento, entreguei o meu currículo ao Professor Fernando Parente, então diretor do DDC. Mais tarde, em maio de 2005, surgiu a oportunidade e comecei a colaborar com o DDC no Complexo Desportivo de Azurém.
Vinte anos na mesma instituição. O que significa para si celebrar este marco e evoluir dentro dos SASUM?
Iniciei funções em 2005 no atendimento do Complexo Desportivo de Azurém, com um desafio imediato: ser responsável pela secretaria no horário de maior afluência — o final do dia e o encerramento da instalação. Esse contacto direto com os utentes exigiu competências que viriam a ser fundamentais no meu percurso profissional. Foi uma fase de grande crescimento, não só técnico, mas também pessoal, marcada por boas memórias e amizades, tanto da academia como da cidade de Guimarães.
Em 2006, após concluir a licenciatura, assumi novas funções como técnico das modalidades desportivas, por proposta do então responsável pelo complexo, Pedro Dias. Desde então, passei a orientar modalidades e a colaborar mais de perto com o desporto universitário.
Em 2014, após o sucesso do Campeonato Mundial Universitário de Andebol, mudei-me para o Complexo de Gualtar, assumindo mais responsabilidades, nomeadamente na gestão do serviço. No ano seguinte, integrei oficialmente o quadro da função pública dos SASUM.
Em 2018, com a mobilidade interna, assumi novas funções de maior responsabilidade na gestão do serviço desportivo, que mantenho até hoje. Desde 2015, este tem sido um período de grande crescimento profissional e consolidação.
Quais são, atualmente, as suas principais funções no Departamento de Desporto e Cultura?
Sou o coordenador da atividade desportiva nas unidades de Braga e Guimarães, com ligação direta ao diretor do departamento. As minhas responsabilidades incluem a gestão técnica e desportiva, a coordenação do secretariado e da receção, bem como a manutenção das instalações e equipamentos.
O maior desafio é assegurar uma oferta desportiva global à academia, gerindo diariamente todos os serviços de acordo com as normas internas e da função pública. A adaptação constante às mudanças e a aplicação rigorosa dos regulamentos são exigentes, mas essenciais para garantir qualidade e continuidade no serviço.
Que mudanças o marcaram mais ao longo destes anos?
A pandemia da Covid-19 teve um impacto profundo em todas as áreas: nas pessoas, na universidade, nos SASUM e, claro, no desporto. Trouxe grandes desafios e quebras na atividade física regular. A forma como os estudantes passaram a encarar o desporto mudou significativamente.
Até março de 2020 vivíamos um período de grande dinâmica e crescimento; os anos que se seguiram foram de incerteza e dificuldades. Ainda hoje lidamos com algumas dessas consequências.
Como descreveria o impacto do trabalho desenvolvido no DDC?
É, sem dúvida, muito positivo. O nosso trabalho promove a saúde, a atividade física, o bem-estar e a saúde mental de toda a comunidade académica.
Considero um privilégio o acesso que os estudantes e colaboradores da UMinho têm às instalações desportivas de Gualtar, Azurém e ao Centro de Condição Física de Santa Tecla. Conciliar a vida académica e profissional com o desporto é essencial para um campus mais saudável.
A competição universitária, por outro lado, trouxe reconhecimento nacional e internacional à UMinho e à AAUM, incluindo por parte da Associação Europeia de Desporto Universitário. E os grupos culturais também têm um papel fundamental na preservação das tradições estudantis.
Após 20 anos, o que o continua a motivar?
A motivação é essencial. Tal como no desporto, só com empenho e superação é possível alcançar objetivos.
É nos momentos difíceis que nos devemos superar. Ao longo do tempo, ganhamos maturidade, o que nos permite tomar melhores decisões e servir melhor a academia.
O grande desafio continua a ser cumprir a nossa missão: atrair e fidelizar mais praticantes — entre os mais de 20 mil estudantes, 1700 docentes e investigadores, e 700 técnicos e administrativos — promovendo hábitos saudáveis, socialização, espírito de equipa, diversidade e excelência.
Há algum projeto ou iniciativa que o tenha marcado de forma especial?
Destaco o reconhecimento da EUSA, em 2017, que distinguiu a UMinho como a universidade mais ativa da Europa. Foi um momento muito especial.
Contudo, pela minha ligação direta à competição universitária, tenho um orgulho imenso nas vitórias, nos títulos e nas organizações que fizeram parte deste percurso.
Como vê o futuro? Ainda há objetivos por concretizar nos SASUM?
Sim, continuo com muitos objetivos por alcançar. Hoje tenho uma visão mais consciente e madura, mas mantenho a mesma esperança e compromisso de sempre para melhorar a participação desportiva na universidade.
Curiosidades
- O que o marcou?
O Campeonato Mundial Universitário de Ciclismo de 2018. - O que ainda não fez?
Estar presente numa edição das Universíadas. - Ainda tem um grande sonho?
Como diz o poeta: “o sonho comanda a vida”. Ainda tenho muitos por concretizar. - Uma música ou um músico?
Times Like These. - O que gosta de fazer nos tempos livres?
Passear pelo nosso país. - Hobby ou vício?
O telemóvel. - Um lugar?
À beira-mar. - A Universidade do Minho?
Uma segunda casa.
Atualizado a 26-06-2025 10:00