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Profissionais do protocolo universitário reuniram-se em Braga para encontro ibérico

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Profissionais do protocolo universitário reuniram-se em Braga para encontro ibérico

Ana Marques ⠿ 03-06-2025 10:00

Braga acolheu, entre 28 e 31 de maio, o XIV Encontro Hispano-Luso de Protocolo Universitário, que decorreu em simultâneo com o XXII Encontro de Responsáveis de Protocolo e Relações Institucionais das Universidades Espanholas. O evento reuniu mais de 100 profissionais e académicos da área de protocolo universitário, promovendo o intercâmbio de experiências e o debate sobre práticas e desafios atuais.

Organizado em parceria com a Associação Espanhola para o Estudo e Investigação do Protocolo Universitário (AEIPU) e a Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo (APorEP), o encontro contou com representantes de 40 instituições de ensino superior (IES) dos dois países.

Na sessão de abertura, Teresa Ruão, pró-reitora da UMinho para a Comunicação, destacou a importância da partilha de boas práticas e da valorização do protocolo como ferramenta essencial para as relações institucionais nas universidades. Sublinhou que o protocolo universitário já não é apenas um conjunto de normas cerimoniais, mas “um instrumento de comunicação institucional, de afirmação de identidade, de construção de confiança e também de diplomacia académica”.

Isabel Névoa Tavares, presidente da APorEP, recordou que há exatamente dez anos um encontro semelhante teve lugar em Portugal. Referiu que este tipo de iniciativas é essencial para fortalecer a rede ibérica de profissionais e “contribuir para a evolução do protocolo universitário, valorizando a sua dimensão estratégica e cultural.” Acrescentou ainda que o solene e o ritual, nos momentos de comemoração e tomada da palavra, “contribuem para melhorar a coesão universitária”.

Já Miguel Ângelo Rodrigues, vice-presidente da Escola de Economia, Gestão e Ciência Política da UMinho, trouxe um tom mais descontraído e realista à sessão, partilhando bastidores que revelam o lado humano do protocolo. “Normalmente, só damos conta do protocolo quando ele falha”, confessou, recordando episódios e ajustes de última hora que exigem equilíbrio entre rigor, sensibilidade e diplomacia. “O protocolo é uma linguagem que garante respeito, clareza e reconhecimento. É uma ferramenta de hospitalidade, uma maneira de convocarmos as pessoas no lugar certo dentro de uma ordem que só quem está deste lado acaba por perceber”, afirmou.

O programa do encontro explorou temas como a evolução do protocolo universitário na era digital, inclusão e diversidade, sustentabilidade e responsabilidade ambiental em eventos, novas dinâmicas interinstitucionais, gestão de crises e ética no contexto universitário.

Um dos momentos mais marcantes foi a intervenção de Isabel Estrada Carvalhais, professora da UMinho e ex-deputada ao Parlamento Europeu, que refletiu sobre “A importância do Protocolo nas Relações Institucionais Internacionais e Diplomáticas”. A académica defendeu que o protocolo é essencial para facilitar o diálogo entre culturas e evitar mal-entendidos, considerando-o “uma sala de música arquitetada para abafar os ruídos e garantir a acústica perfeita para a sinfonia diplomática”. De forma concisa, afirmou: “o protocolo é um aliado, não um empecilho”.

Alertou, no entanto, para os riscos da sua instrumentalização com fins políticos ou espetaculares, o que pode prejudicar a diplomacia. “Não há nada mais contraproducente para um processo diplomático do que fazer com que alguém se sinta inferior por não dominar determinadas regras protocolares”, frisou.

O encontro reforçou a importância do protocolo como elemento essencial para o bom funcionamento das relações institucionais e diplomáticas, sobretudo num contexto internacional cada vez mais exigente.

Atualizado a 03-06-2025 10:00