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UMinho e Ordem dos Engenheiros unem forças para transformar a engenharia do futuro

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UMinho e Ordem dos Engenheiros unem forças para transformar a engenharia do futuro

Ana Marques ⠿ 30-05-2025 12:00

A Universidade do Minho (UMinho) e a Ordem dos Engenheiros (OE) assinaram esta terça-feira, dia 28 de maio, no campus de Gualtar, em Braga, um novo protocolo de cooperação que aprofunda a colaboração entre ambas as instituições. O acordo prevê iniciativas conjuntas em formação, investigação, empreendedorismo e internacionalização, reforçando o papel da engenharia no desenvolvimento sustentável do país.

O ato contou com a presença do reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, do bastonário da OE, Fernando de Almeida Santos, do presidente da Escola de Engenharia da UMinho (EEUM), Pedro Arezes, e do presidente da OE - Região Norte, Bento Aires. A assinatura do protocolo inseriu-se nas comemorações dos 50 anos da EEUM e foi seguida pelo debate aberto ao público “Engenharia & Futuro”.

Na sua intervenção, o bastonário Fernando de Almeida Santos destacou o orgulho pessoal em formalizar esta atualização do protocolo, sublinhando a nova metodologia de trabalho: “Queremos que este protocolo tenha uma dimensão muito mais acutilante no dia a dia, com reuniões regulares para dinamizar a colaboração”. Ressaltou também a importância de alinhar as necessidades de capacitação dos engenheiros com os interesses das escolas, lembrando que “existe a habilitação académica conferida pelas escolas e a qualificação profissional conferida pelas associações profissionais”. Para Almeida Santos, esta ligação direta entre a sociedade civil e as instituições de ensino superior é fundamental, incluindo também uma dimensão internacional, “como feito no ano passado com Colômbia”, disse.

Já o reitor Rui Vieira de Castro salientou a relevância simbólica desta parceria no ano em que a Escola de Engenharia celebra meio século de existência: “Nada do que se passa no campo da engenharia pode ser estranho à Escola de Engenharia e à Universidade do Minho”. O reitor frisou que o protocolo representa uma expansão do âmbito de colaboração, com especial foco na formação e requalificação dos engenheiros, na produção de estudos relevantes para a Ordem e no incentivo ao empreendedorismo e à inovação. “Temos abertas novas possibilidades de colaboração, sinalizadas de uma forma produtiva e substantiva”, afirmou, agradecendo ao bastonário pelo empenho e compromisso.

Na abertura do debate “Engenharia & Futuro”, a vice-presidente da EEUM, Maribel Santos, deu as boas-vindas ao público e enquadrou o encontro no contexto das comemorações do cinquentenário da escola. “A Escola de Engenharia cresceu e afirmou-se como uma referência no ensino e na investigação em engenharia, com uma marca distintiva: a interação com a sociedade, promovendo a transferência de conhecimento e tecnologia”, destacou. Lançou ainda uma reflexão sobre o papel da engenharia: “Permite criar, inovar, transformar, mas devemos questionar também como pode contribuir para construir um futuro mais humano, estabelecendo pontes entre o progresso e o bem comum”.

O debate contou com intervenções do poeta e ensaísta José Rui Teixeira e do empresário tecnológico Frederico Magalhães, moderados por Fernando de Almeida Santos. A sessão abordou os desafios e oportunidades da engenharia num mundo em constante transformação, cruzando perspetivas vindas da literatura, da filosofia e da inovação tecnológica.

Entre os principais pontos discutidos estiveram as desigualdades no acesso ao bem-estar social, as limitações de um sistema educativo demasiado rígido, a importância de integrar dimensões simbólicas, éticas e psicológicas no ensino universitário, e os riscos de desumanização associados à busca cega por eficiência. Questionou-se ainda o papel real da engenharia como promotora de bem-estar social, reconhecendo os seus limites face a fatores económicos e políticos, bem como a necessidade de cultivar nos estudantes um espírito empreendedor e sonhador, capaz de enfrentar o medo do fracasso.

No final, ficou clara a ideia de que o futuro exigirá não apenas técnica e inovação, mas também uma forte capacidade humana para lidar com os desafios éticos, emocionais e sociais. A parceria agora reforçada entre a UMinho e a Ordem dos Engenheiros representa, assim, uma oportunidade estratégica para construir uma engenharia mais completa, capaz de responder às necessidades do presente e às ambições do futuro.

Atualizado a 30-05-2025 12:00