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“A qualidade da investigação é o nosso emblema”


 

Como caracteriza a função do Presidente de Escola?

Todos os dias descubro novas facetas inerentes a este cargo. Uma das facetas essenciais desta função é, sem dúvida, a de projectar e promover a Escola, nas suas valências de investigação, ensino e ligação à comunidade.

Nesta fase que se segue à construção dos novos Estatutos da UM, há também que implementar uma nova filosofia de gestão, traduzida na forma de constituição dos órgãos de governo da Escola e suas subunidades – os departamentos e os centros de investigação.

 

É um desafio ser presidente de uma escola com a dimensão da Escola de Ciências?

Claro que sim. Por um lado, a dimensão da Escola de Ciências reflecte o número de alunos que acolhe e o corpo docente e não docente envolvido nas suas diversas actividades. Por outro lado, a Escola engloba áreas tão diversas como a Biologia, as Ciências da Terra, a Física, a Matemática e a Química. Consequentemente, a dimensão da Escola traduz-se ainda na variedade de projectos de ensino, graduado e pós graduado, que essas áreas científicas permitem construir. O carácter multidisciplinar da Escola de Ciências, associado à qualidade da investigação que desenvolve, permite ainda que a Escola esteja a apostar em temas tão actuais como biofísica, materiais inteligentes, ambiente, sem esquecer as nanociências.

 

Quais são na sua opinião os pontos fortes da escola de Ciências?

A qualidade da investigação, que já atingiu a excelência em algumas áreas, bem como a qualificação do corpo docente traduzida na percentagem de doutorados (próxima dos 100%), são manifestamente pontos fortes da Escola.

A nível da oferta formativa é de destacar a qualidade pedagógica e a componente laboratorial que têm caracterizado os nossos projectos de ensino. Por outro lado, há que reconhecer que a ciência dita fundamental é o pilar estruturante do desenvolvimento de aplicações. Esta vertente é, de facto, um ponto forte da Escola de Ciências.

Devo ainda mencionar como pontos fortes o grau de internacionalização já obtido quer ao nível dos projectos de investigação quer no que respeita à mobilidade de docentes e alunos, bem como as colaborações com outras Escolas.



Se tivesse de escolher um destes pontos fortes como o mais importante, aquele que melhor projecta a Escola, qual seria?

Sem dúvida a qualidade da investigação, numa universidade que se afirma como universidade de investigação. Entendo que esta vertente é fundamental, uma vez que dela decorre a qualidade das restantes áreas de intervenção.

 

E os pontos fracos?

Os pontos fracos são essencialmente dificuldades de índole funcional. Na Escola de Ciências a investigação está em expansão, não sendo acompanhada de uma extensão necessária, e desejável, das suas instalações. Este aspecto está a ser condicionante na captação de investigadores para os nossos projectos com reconhecimento internacional, sobretudo em áreas com uma forte componente laboratorial.

Também a vertente de OE não está actualmente à altura das características laboratoriais que têm os nosso projectos de ensino.


Por sua vez, nos últimos anos a tutela não permitiu que se oferecessem vagas nos cursos de Geologia, Ciências do Ambiente e de Física e Química, muito embora estes cursos estivessem registados, o que criou dificuldades ao nível de captação de alunos de pós-graduação nestas áreas. O programa de desenvolvimento assinado entre UM e MCTES vai, finalmente, permitir ultrapassar este condicionalismo, uma vez que estes cursos irão ser oferecidos em regime PL já no próximo ano lectivo. No entanto, o alargamento da oferta formativa da Escola a novas áreas continua condicionado pela tutela ao encerramento de cursos já existentes.


Qual tem sido a evolução da Escola no decorrer deste anos? O que na sua opinião mais a tem feito evoluir?

A Escola começou por ser muito vocacionada para a área de formação de professores, uma vez que era necessário suprir as necessidades de mercado nesta área. Hoje esta componente desenrola-se essencialmente nos C2 pelo que a Escola evoluiu para uma oferta de formação mais adequada a um mercado de trabalho abrangente e diversificado, traduzida num vasto leque de formação pós graduada.

Há um número considerável de alunos que opta por reforçar as suas qualificações académicas para além da licenciatura, frequentando cursos de mestrado e doutoramento, ficando assim com uma melhor preparação para integrar o mercado de trabalho.


O que a caracteriza relativamente às outras escolas/faculdades do país?

Verifica-se que há a preocupação de oferecer um ensino que contemple as vertentes de aplicação em diversas áreas. Por outro lado, nos projectos de ensino que temos tem sempre existido uma componente laboratorial muito forte, a que se associa um ensino pouco “tradicional” no sentido em que favorece a proximidade entre docentes e alunos.


Estes elementos diferenciadores serão motivos suficientes para que os alunos escolham a Escola de Ciências da UMinho?

Acreditamos que sim!


O que podem esperar os nossos estudantes da escola de Ciências, em termos de qualidade de ensino e inserção no mercado de trabalho?

Os estudantes têm contado com grande dedicação por parte de um corpo de docente qualificado. Por outro lado, existe a preocupação em adequar a oferta formativa ao mercado de trabalho. Assim, a preocupação em implementar um ensino fortemente orientado para o desenvolvimento de competências por parte dos alunos está presente na Escola.

 

A escola, como a própria Universidade tem sofrido alterações a vários níveis nos últimos tempos. Qual a Estratégia da Escola de Ciências para os próximos anos?

Manter a investigação num nível muito bom ou excelente, continuar a desenvolver a internacionalização, divulgar a investigação e o ensino, encontrar novas formas de captação de financiamento, são componentes da estratégia da Escola. Outro aspecto que entendo ser estratégico prende-se com a aposta na formação graduada de novos públicos, que abranjam a qualificação de quadros de empresas ou de cidadãos em situação de desemprego temporário, contribuindo assim para a formação ao longo da vida. Estes aspectos de ordem geral devem estar presentes na construção de um plano estratégico detalhado, a médio prazo, recentemente solicitado pelo Sr Reitor às Escolas e que, de facto, esta presidência já tinha iniciado, a fim de potenciar as valências que a Escola detém.  A construção deste plano tem que partir de uma reflexão aprofundada, envolvendo os seu Centros de Investigação e os seus Departamentos, que está já a decorrer.

 

Números de docentes e funcionários da Escola a trabalhar a tempo integral?

Temos cerca de 200 docentes, sendo que apenas 5 aguardam a conclusão do doutoramento. Em termos de funcionários no total dos 7 centros de investigação, 5 departamentos e serviços da Presidência perfazem um total de 48.

 

Texto: Ana Marques
anac@sas.uminho.pt


Fotografia: Nuno Gonçalves
nunog@sas.uminho.pt

(Pub. Out/2010) 

 

 

 

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