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“Gerar conhecimento é um factor decisivo na diferenciação do ensino e na procura de novas formas de interacção com a sociedade”



 




É Vice-Reitora para a Qualidade, Avaliação e Ética Académica. Qual é a essência desta pasta?


Um dos vectores estratégicos contidos no Programa de Acção para o Quadriénio 2009-2013, apresentado pelo Reitor ao Conselho Geral que o aprovou, visa o reforço dos sistemas de avaliação e de gestão da qualidade e a promoção da ética académica. É essencialmente neste vector que se enquadram as competências e responsabilidades do pelouro a meu cargo.


 


Quais são os principais objectivos do pelouro que lidera até 2013?


Genericamente, pretende-se promover e consolidar uma cultura de mérito, implementar um sistema de gestão da qualidade e desenvolver uma politica de salvaguarda de princípios éticos a observar nas actividades da Instituição e na conduta dos seus membros. A UMinho está também atenta à sua vertente de Universidade Inclusiva. Assim, cabe-me ainda coordenar um conjunto de acções que visam a consolidação e reforço do apoio à inclusão.




Indirectamente, é ainda nosso objectivo consolidar as estruturas de apoio às áreas da avaliação e qualidade e da inclusão, designadamente os Serviços para a Garantia da Qualidade e o Gabinete para a Inclusão, que coordeno.


 


Quais os projectos a nível de Qualidade, mais importantes a curto/médio prazo?


Destaco o Sistema Interno de Garantia da Qualidade (SIGAQ-UM), na sua dupla dimensão de apoio ao planeamento estratégico e à promoção contínua da qualidade em todas as vertentes da missão institucional e de prestação de contas à comunidade.




No decurso dos últimos doze meses, estivemos fortemente empenhados na consolidação dos documentos definidores do SIGAQ-UM e na implementação do sistema, processos que envolveram uma ampla participação da comunidade académica. O Plano da Qualidade, associado à estratégia institucional e padrões para a qualidade, e o Manual da Qualidade, em que se definem as formas de organização e funcionamento do sistema, constituem os documentos de suporte ao SIGAQ-UM.




Foram ainda criadas ou consolidadas as estruturas de suporte, designadamente o Sistema de Informação do SIGAQ-UM, os Serviços para a Garantia da Qualidade, enquanto centro de apoio logístico ao sistema, e a Comissão de Acompanhamento que é responsável pela coordenação estratégica e meta-avaliação do SIGAQ-UM.


 


O SIGAQ-UM já foi implementado e certificado?


Está a ser implementado, em regime experimental, no corrente ano lectivo. Na vertente ensino e neste ano experimental, estão envolvidos todos os cursos de 1º e 2º ciclos de estudos e mestrados integrados.


No plano de actividades para 2011, encontra-se prevista a preparação do processo de certificação do SIGAQ-UM e sua submissão à Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), dependente naturalmente do calendário da Agência.






 


Quais as principais mudanças que a implementação do sistema de qualidade irá trazer a nível do ensino?


A estratégia para a monitorização, avaliação e melhoria do ensino desenvolve-se em sucessivos níveis de intervenção progressivamente agregados – a Unidade Curricular (UC), o Curso, a Unidade Orgânica de Ensino e Investigação (UOEI) e a Universidade – e envolve a elaboração de relatórios anuais de auto-avaliação, o estabelecimento de planos de melhoria da qualidade do ensino e o acompanhamento da sua implementação.




Para o efeito, é necessário proceder, nomeadamente, ao levantamento sistemático de feedback de todos os parceiros internos e externos, designadamente docentes e estudantes, sobre o funcionamento das UC, Cursos e Serviços de apoio ao ensino, bem como ao tratamento, difusão e análise da informação. Toda a actividade de recolha e análise de dados, incluindo a condução de inquéritos on-line e a preparação on-line de relatórios, será suportada pelo Sistema de Informação do SIGAQ-UM.


 


Que resultados se podem retirar da monitorização da qualidade do ensino? O que podem esperar deste sistema os nossos estudantes?


Como referido, a monitorização e avaliação do ensino no âmbito do SIGAQ-UM permitem a implementação e acompanhamento de medidas de melhoria dos ambientes de aprendizagem e dos processos de ensino e aprendizagem, com natural repercussão no aprofundamento da qualidade da formação na UMinho. É ainda de referir que este processo conduz ao levantamento de um painel de indicadores pré-definidos que se constitui, na sua evolução temporal, como uma Carta de Progresso Institucional, permitindo uma leitura dinâmica do desenvolvimento da Universidade, designadamente na dimensão ensino.




A participação empenhada e responsável de toda a comunidade académica e, em particular, dos estudantes é fundamental para a prossecução dos objectivos enunciados. Tal como temos vindo a reiterar, só com informação fidedigna, conscienciosa e estatisticamente relevante é possível aferir, de forma rigorosa e sistemática, a qualidade do ensino e actuar no sentido da sua melhoria contínua.


 


A publicitação das práticas de mérito tem sido feita? De que forma?


A difusão de práticas de mérito constitui uma das acções especificamente previstas no Plano da Qualidade. Com base nas sugestões apresentadas nos relatórios de auto-avaliação dos cursos e informação complementar relevante, a Comissão de Acompanhamento do SIGAQ-UM promoverá a elaboração e actualização periódica de um portefólio de práticas de mérito. As práticas de mérito identificadas serão objecto de discussão em jornadas anuais de inovação pedagógica e o portefólio será amplamente difundido. As primeiras jornadas com este objectivo estão previstas para Maio de 2011.


 


Projecto AlumniUM. Qual o estado ou desenvolvimento deste projecto? Quais as suas vantagens?


Este projecto responde a uma preocupação da UMinho de acompanhamento do percurso dos seus graduados, essencialmente em três dimensões: promover e acompanhar a sua empregabilidade, obter a opinião de graduados e empregadores sobre o leque e perfil da oferta educativa e também sobre as ofertas de formação pós-graduada e de requalificação, numa perspectiva de promoção da aprendizagem ao longo da vida.


Neste sentido, a UMinho investiu na construção de uma ferramenta que permitisse centralizar a recolha de dados e agilizar a disponibilização de informação a graduados e empregadores. Nasceu assim o portal Alumni (em funcionamento desde Junho de 2008), um canal de comunicação privilegiado entre a UMinho, os seus graduados e os empregadores. Associado ao portal encontra-se o observatório de emprego, a bolsa de emprego e a divulgação/acesso a ofertas de formação.






 


A procura e utilização do portal têm ido de encontro às expectativas?


Neste momento, temos registados no portal 5273 graduados e 728 empresas. Foram colocadas 823 ofertas e registaram-se 2913 candidaturas.


O projecto deu os seus primeiros passos e temos ao nosso dispor uma ferramenta poderosa e de extrema utilidade que é o portal. Estamos agora a trabalhar na sua consolidação, de forma a potenciar o seu uso mais generalizado. Consideramos que temos tido uma boa adesão por parte das empresas. Estamos a desenvolver estratégias para cativar o registo dos graduados.


 


Uma das funcionalidades do portal é o observatório de emprego. Já foi possível reunir dados que permitam tirar algumas conclusões interessantes para a Universidade?


Está presentemente em curso a elaboração do primeiro relatório com os dados obtidos.


 


A UMinho tem conseguido uma evolução admirável a nível da investigação nos últimos anos. Esta área é capital na estratégia da Academia?


Sem dúvida. A UMinho continua a consolidar a sua realidade de Universidade de investigação, tal como reconhecido pela European University Association no âmbito do processo de avaliação institucional externo realizado em 2007-2009. Os indicadores de desempenho são muito favoráveis. É de assinalar que mais de 80% dos nossos investigadores estão em centros de investigação classificados com muito bom ou excelente por painéis internacionais, no âmbito do último processo de avaliação promovido pela FCT. Gostaria de realçar que gerar conhecimento é um factor decisivo na diferenciação do ensino e na procura de novas formas de interacção com a sociedade.


 


A avaliação do desempenho dos docentes já foi implementada? Como está ou será consumada?


O processo de avaliação do desempenho dos docentes obedecerá ao estabelecido no regulamento institucional, aprovado em 2010, bem como no regulamento específico de cada UOEI, que o complementa tendo em conta as especificidades associadas a cada área científica. Estes regulamentos específicos encontram-se em fase de homologação pelo Reitor, após o que se dará início ao processo de avaliação.


O regime de avaliação do desempenho será aplicado a todos os docentes da UMinho, incluindo o pessoal docente especialmente contratado. A avaliação tem por base as funções gerais dos docentes e incide sobre as vertentes Investigação, Ensino, Extensão e Gestão Universitária.


 


Quanto à avaliação externa periódica. Quais têm sido os resultados da Academia?


Gostaria de realçar os resultados muito positivos alcançados pela UMinho no processo de avaliação internacional a que a Instituição se submeteu voluntariamente junto da European University Association. Tal está claramente expresso no relatório final de follow-up da avaliação, produzido pela EUA em 2009.


Mais recentemente, a UMinho tem estado fortemente empenhada no processo de acreditação dos seus cursos junto da A3ES. Os resultados constarão de relatório que iremos elaborar e divulgar após conclusão deste processo.


 


O que tem sido feito com vista à promoção e observância de padrões éticos na Instituição?


Neste âmbito, prevê-se a constituição a curto prazo da Comissão de Ética, em articulação com o Senado Académico. Caberá a esta Comissão, nomeadamente, a elaboração de proposta de iniciativas de combate à fraude académica. Encontra-se ainda previsto no plano de actividades do próximo ano, a elaboração de um Código de Conduta Académica, visando a sua adopção como prática de referência na academia.


 


O que tem sido feito com vista à melhoria da capacidade de intervenção do Gabinete para a Inclusão?


Destaco as seguintes iniciativas, desenvolvidas em 2010: redefinição do público-alvo e competências do GPI (ex-GAED); inclusão do GPI, como unidade de serviços, na estrutura orgânica da Universidade; consequente reestruturação do Gabinete; lançamento de novos projectos. De entre estes projectos, refiro: o relatório de diagnóstico de acessibilidades, nas suas várias vertentes; o manual de acolhimento dirigido aos estudantes/candidatos com deficiência ou necessidades especiais; o manual de boas práticas para a inclusão na UMinho, dirigido à comunidade académica.



Texto: Ana Coimbra

anac@sas.uminho.pt



Fotografia: Nuno Gonçalves

nunog@sas.uminho.pt



(Pub. Nov/2010)

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