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TUTORUM – José Soares










 

José Soares, 20 anos, aluno do 3º ano de Eng. Biomédica, é actualmente atleta do Óquei Clube de Barcelos, tendo em 2005 conquistado uma Super Taça António Livramento ao serviço do emblema de Barcelos. Outro dos pontos altos da sua carreira foi o titulo de Vice-Campeão Europeu de Juniores em 2004, ao serviço da Selecção Nacional. Vamos então agora conhecer um pouco mais deste atleta de alta competição, que é uma das pedras basilares da actual equipa Campeã Nacional Universitária da UMinho.

 





 

UMdicas – Com que idade é que iniciaste a prática competitiva do Hóquei Patins e onde?

José Soares – A minha entrada no Hóquei Patins deu-se aos 5 anos quando comecei a patinar no Braga. Depois aos 8, passei também a jogar e a representar o Braga.

 

UMd – Achas que o Hóquei Patins ajudou no teu desenvolvimento enquanto individuo?

JS – Sem dúvida alguma. Qualquer desporto ajuda ao desenvolvimento a todos os níveis do indivíduo. Para mim, a prática do desporto é  algo de fundamental, de prioritário. O espirito de grupo e sacrificio foram das duas maiores valências que o hóquei desenvolveu em mim. A máxima, que melhor se aplica a este caso, e pela qual me procuro sempre reger é: Mente sã, corpo são.

 

UMd – Qual foi o papel da tua familia no teu percurso enquanto atleta de alta competição?

JS – Foi  fundamental. Por exemplo, foi o meu pai que até aos meus 18 anos me levou aos treinos, quer em Braga, quer posteriormente em Barcelos. Sem ele era impossível ter chegado onde cheguei. Nos maus momentos esteve sempre lá para me apoiar. Sem dúvida que o apoio da minha família foi fundamental no meu percurso de atleta de alta competição.

 

UMd – Quantas vezes treinas por semana, e quanto tempo?

JS – Há semanas em que treino no mínimo 4 vezes, às vezes todos os dias. Depois, tenho o jogo ao fim de semana. O treino tem sempre a duração mínima de 1h30m.

 

UMd – A maneira como tu lidas com a pressão e a ansiedade antes dos jogos é algo que tu consegues trabalhar e treinar, ou simplesmente é algo com que apenas lidas na hora de entrar em campo?

JS – Acho que o mais importante é não pensar nisso, afastar-se ao máximo do jogo. Só penso no jogo quando entro para o jogo. É claro, que nos minutos iniciais há um certo nervosismo, mas depois tudo passa, e é como se fosse um treino.

 

UMd – Qual é para ti a grande diferença entre a competição federada e a competição universitária?

JS – A exigência é completamente diferente. Na universidade não é a brincar, mas já se sabe que exigência é menor, não se pode comparar ao nível de uma primeira divisão. São ritmos completamente diferentes, mas em ambos os casos, entro sempre com a mesma predisposição: ganhar!

 






“Entro sempre com a mesma predisposição: ganhar!”

 

UMd – O facto de jogares no Hóquei de Barcelos condicionou a tua escolha de Universidades quando concorreste? Porque?

JS – Sim. Eu no primeiro ano entrei em Engenharia Biológica e depois pedi transferência para Engenharia Biomédica. Podia ter ido logo no primeiro ano para Coimbra para Biomédica, mas não pude devido ao hóquei. Nem pondero fazer Erasmus devido ao Hóquei?

 

UMd – Para muitos atletas de alta competição torna-se difícil conciliar os estudos com a prática desportiva. Como é que tu consegues gerir esta nem sempre fácil ´´relação´´ ?

JS – É muito complicado. Um atleta de alta competição que tente conciliar as duas coisas, não tem tempo para mais nada. É estudar, treinos, estudar, treinos, descansar e mais nada. Eu tenho-me saido bem. Já tenho as cadeiras todas feitas, mas é preciso muito esforço e dedicação. Tenho a minha vida planeada ao minuto. Não posso planear sair com os amigos ao fim-de-semana pois se não tenho treino, tenho jogo, ou então tenho de estudar porque senão é impossível fazer o curso.

 

UMd – A UMinho iniciou em Portugal um programa pioneiro no que diz respeito ao apoio aos atletas de alta competição, o TUTORUM. O que pensas desta iniciativa e do programa em si?

JS – Acho que foi um programa muito bem implementado pela UMinho, foi uma ideia extraordinária, pois é muito complicado, tal como já disse anteriormente, conciliar estudos/desporto, e este é um programa que vem ajudar muito os atletas nas suas necessidades, e a relação aluno/professor fica mais próxima se for com a ajuda de um tutor. É muito mais fácil tratar dos problemas com um tutor, do que directamente com um professor, pois muitos professores que não compreendem os alunos nesta situação e dizem que eles ou estudam ou fazem desporto, e que não tem nada a ver com isso.

 

UMd – Em que áreas recebeste apoio através do Tutorum?

JS – Graças ao Tutorum, passei a ter livre acesso a todas as áreas desportivas da UMinho. Até ao momento, neste 1º semestre ainda não precisei da ajuda do meu tutor, mas no 2º semestre com os treinos e alguns jogos a coincidir com as aulas, a sua ajuda vai ser muito importante.

 

UMd – Os teus objectivos pessoais passam por uma carreira profissional no Hóquei ou os estudos vêm em primeiro lugar?

JS – É assim: primeiro quero terminar o curso e conciliar ambas as coisas, acho que vou consguir e só me faltam 2 anos. Depois de ter o meu diploma, penso talvez não ir logo trabalhar e dedicar-me mais ao hóquei. Nos próximos 2 anos o objectivo principal é o curso, a partir dai logo se vê, mas gostava de passar alguns anos só como profissional de hóquei.

 

Nuno Gonçalves

Nunog@sas.uminho.pt

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