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Dádivas na UMinho – 398 Dadores Inscritos e 129 dádivas para análise de medula foram o saldo final











 

A Universidade do Minho (UMinho) através dos Serviços de Acção Social da UMinho (SASUM) e a Associação Académica da Universidade do Minho (AAUMinho), realizaram a primeira fase das duas iniciativas anuais de Dádivas de Sangue e Recolha de Sangue para Análise de Medula. Esta acção que se divide pelos dois pólos da UMinho (Gualtar e Azurém), finalizará esta 1ª fase com a realização das dádivas em Azurém no próximo dia 5 de Abril.

 

A UMinho tem já um longo historial no que toca às dádivas de sangue. Desde 2001 que elas se realizam nesta academia, sendo que a partir de 2003 surgiu também a cooperação com o Centro de Histocompatibilidade do Norte, realizando-se conjuntamente as dádivas de sangue e a recolha de sangue para análise de medula.

 










“Vem dar sangue por solidariedade – Hoje ele, amanhã tu!!!”

 

Pela primeira vez o ano passado, a AGDESP (Associação de Gestores do Desporto no Ensino Superior de Portugal) propôs a cooperação entre as várias instituições do ensino superior em Portugal, para a realização de uma Semana Nacional de Dádivas de Sangue, que teve como intuito reunir as academias e associações do ensino superior em redor do projecto “Responsabilidade Social das Instituições de Ensino Superior”. A experiência provou, pelo sucesso conseguido, que tem pernas para andar e o objectivo, segundo o Presidente da AGDESP “é que estas acções sejam adoptadas por grande parte das instituições de ensino superior em Portugal”. Estas são atitudes que não são apenas necessárias, mas essenciais na sociedade em que estamos inseridos. Hoje em dia, dar sangue é cada vez mais importante. A necessidade é cada vez maior. O sangue é um bem escasso, fabricado apenas pelo ser humano, por isso quem dele precisa, depende do gesto de cada um nós. Assim este ano de 27 a 6 de Abril está a decorrer a II Semana Nacional de Dádivas de Sangue, à qual aderiram a Universidade do Minho (UMinho), conseguindo um total de 398 dádivas, a Universidade de Lisboa com 68 dádivas e o Instituto Politécnico da Guarda (IPGuarda) com 46, sendo que a UMinho continua a liderar o Ranking Nacional de Dádivas de Sangue.

 

29 de Março – Dia de Solidariedade na UMinho

 

Sob o lema “Fazer a diferença entre a Vida e a Morte”, a UMinho lançou o apelo à sua comunidade, que é por tradição muito solidária. Como nos disse a Dr.ª Ofélia Alves (Centro Regional de Sangue do Porto), “os jovens da UMinho são muito generosos, a mobilização aqui é sempre muito grande, vêm uns e incentivam os outros”, ideia confirmada pelo Sérgio (5º ano de Matemática e Ciência de Computação) “Da primeira vez que vim foi por influência de alguns amigos que já estavam habituados a participar em iniciativas destas e que me trouxeram até cá. Agora tento sempre trazer os colegas para se tornarem dadores”, também a influência dos amigos foi a causa da Mafalda (Comunicação Social) ter-se iniciado como dadora “estou aqui por influência de amigos, mas o importante é que estou aqui.”.

 










Na UMinho, a grande maioria das dádivas provém de estudantes do sexo feminino

 

Apesar da contrariedade do tempo que se fez sentir, a comunidade académica não deixou de comparecer, dando um grande contributo aqueles que mais necessitam. Como nos disse a Ana Catarina, aluna de Direito, quando lhe perguntamos o que a levou a dar sangue “O gesto é rápido e demonstra preocupação pelos outros. Dar sangue é, assim, um gesto de vida, verdadeiramente essencial, porque alguns minutos perdidos na nossa vida podem ser suficientes para salvar outras”.

A opinião era unânime entre os alunos, salvar vidas é o principal objectivo que leva os estudantes da UMinho a dar sangue. Segundo uma das responsáveis do IPSangue, “a procura das instituições de ensino superior para fazer as colheitas, deve-se a que estes são locais privilegiados, pois para além da grande maioria da população ser jovem, são pessoas muito receptivas a estas acções, muito generosas, e são sobretudo locais onde poderemos incutir e criar hábitos de doação que sustentarão o futuro das dádivas no nosso país “.

 

Na UMinho foram muitos os que colocarem as suas veias à disposição do próximo, mais uma vez foi notória a boa vontade da comunidade académica, e as provas de solidariedade foram muitas. Como podemos constatar de entre a maioria de reincidentes, como foi o caso do Armindo (funcionário dos Serviços de Acção Social da Universidade do Minho),  “Já dei sangue 26 vezes, sempre no hospital de S. Marcos. Como ouvi falar desta iniciativa resolvi vir cá. A última vez que dei sangue foi há nove meses, por isso resolvi vir cá fazer a minha dádiva”. Na UMinho aferimos que existe muita gente já com bons hábitos de doação, “Já tive algumas experiências aqui na universidade. Participo nestas iniciativas de doação de sangue há cerca de dois anos” (Sérgio, matemática e ciências da computação – 5ºano).

 










Mais uma aluna da UMinho a dar voz à solidariedade e à consciência civica.

 

De entre os reincidentes, também foram muitos aqueles que responderam ao apelo pela primeira vez, “Esta foi a primeira vez que tive oportunidade, embora quisesse fazê-lo à mais tempo.” (Filipa, economia – 3ºano).

 

Tudo isto vem de encontro ao objectivo da UMinho e do IPSangue, que pretendem não só cativar novos dadores, como fidelizar aqueles que já costumam dar sangue. A Academia Minhota está rodeada de um público jovem e a realização da acção no Complexo Desportivo propicia para além de juventude, pessoas saudáveis, que praticam desporto na instituição. Com isto e como nos diz um dos técnicos do Departamento de Desporto e Cultura, Nuno Catarino “esta acção propicia o rejuvenescimento da lista da dadores, porque há pessoas que devido à idade ou saúde deixam de dar”, por isso com pessoas jovens  o futuro dos bancos de sangue fica garantido, pois são pessoas que terão muitas mais probabilidades de poderem dar sangue bom e por muito mais tempo.

 










AAUMinho e SASUM mais uma vez de mãos dadas em prol de causas humanitárias.

 

No saldo final contabilizaram-se 398 dadores inscritos, números que em muito contribuem, como nos diz a Drª Ofélia Alves “o nosso país já não tem falta de sangue”. Para que isto acontecesse e continue, é preciso que iniciativas como esta continuem a fomentar-se, para que as dádivas continuem a crescer e que as fileiras de dadores voluntários não fiquem mais magras.

 

 E os louros desta conquista da auto-suficiência revertem, em grande parte, para quem estende o braço e dá o seu sangue. Pessoas como a Joana (Engenharia Biológica), que se esforçou para vir fazer a sua dádiva “Vim a correr para chegar aqui antes das seis”.

 

A disponibilidade e vontade de participar neste género de iniciativas era bem visível em todos os participantes “vou tentar vir mesmo quando já não estiver na universidade, penso vir cá sempre que possível.” (Sérgio, Matemática e Ciências de Computação), vontade também afirmada pela Joana (Engenharia Biológica), “Estou disposta a colaborar sempre que possível, sempre que tiver hipótese venho cá, no entanto já me informei no hospital da minha zona de residência”. A unanimidade quanto à importância da iniciativa não deixou dúvidas, “são muito úteis estas iniciativas na universidade. Torna-se mais fácil criar o hábito.” (Maria, Engenharia Biomédica)

 

 

Dadores de Medula são ainda uma fragilidade do mundo!

 

Em simultâneo com as dádivas de sangue e como já vem sendo habitual desde 2003, realizou-se também a recolha de sangue para análise de medula. Com esta acção foi alcançado também um grande contributo para o Centro de Histocompatibilidade da Região Norte, os 129 dadores de medula conseguidos vão reforçar, não só a base de dados nacional, como internacional e assim ampliar as possibilidades de serem encontrados dadores compatíveis para os muitos doentes que se encontram à espera de alguém que lhe dê a oportunidade de viver. A falta de dadores de medula óssea é ainda uma realidade, como afirmou uma das técnicas de Centro de Histocompatibilidade, “apesar da base de dados de dadores de medula ser extensa, a probabilidade de serem compatíveis com os doentes é muito pouca, por isso quantos mais houverem, maior será essa possibilidade de se encontrar alguém”. O norte do país é dos que mais contribui para esta base de dados, só no norte existem 10 000 dadores de medula, números muito elevados, mas apesar disso muitos mais são necessários devido à dificuldade de compatibilidade.

 

A vontade de ajudar da comunidade da UMinho é muita “estou inscrita na lista de dadores de medula e ser for chamada responderei afirmativamente. Não tenho receio, embora saiba que muita gente o tem. Há informação acerca disso, basta as pessoas procurarem e penso que deixarão de o ter” (Filipa, Aluna de Economia). Mas existe ainda muito desconhecimento do que realmente significa ser dador de medula “só descobri o que era ser dador de medula quando aqui cheguei, informaram-me e aceitei fazer doação” (Vera, Comunicação Social), a pouca informação foi também atestada pelo Carlos, “Há pouca informação, mas esclarecem-nos logo que chegamos cá. Fiquei na lista de dadores de medula logo da primeira vez que vim doar sangue”.

 










Pequenos tubos contendo grandes esperanças de vida…

 

O receio é outro dos contras, muita gente tem medo, pois confundem espinal-medula com medula óssea, o que é algo completamente diferente. Ser dador de medula óssea é hoje equivalente a ser dador de sangue. É importante esclarecer que a transplantação de células da medula óssea não envolve actualmente qualquer procedimento cirúrgico. Ao contrário do que acontecia há alguns anos, tanto a colheita como o transplante de medula não são processos dolorosos. Uma vez identificado o dador, as células são recolhidas através de uma colheita especial de sangue e fornecidas ao doente como uma vulgar transfusão.

 

A UMinho com o apoio da sua comunidade, transforma estas campanhas sempre num sucesso, os números demonstram isso mesmo. Criar o hábito da doação de sangue na comunidade universitária e renovar a lista de dadores foram os principais objectivos desta iniciativa, que é já uma tradição na academia minhota.

 

Para a semana, dia 5 de Abril, aqueles que não tiveram a oportunidade, podem fazer a sua dádiva no Complexo Desportivo Universitário de Azurém, iniciativa que os responsáveis pela organização esperam ser novamente um grande êxito, para que o objectivo de 2006, que é chegar às 1500 dádivas, seja concretizado.

 

Ana Marques


 

Ana Luísa Rego


 

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