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Ao som do TUIST

“Nos dias 5 e 6 de Maio realizou-se no Grande Auditório do Parque de Exposições de Braga (PEB) o XVI FITU Bracara Augusta. Este ano a edição regressou ao formato de dois dias e com mais tunas a concurso. Apesar da maior oferta “tunal” o público, esse, parece andar afastado do mundo das tunas. No primeiro dia de festival não tiveram muitas mais de 500 pessoas no PEB, facto a que não esteve alheio o preço dos bilhetes, seis euros por dia ou dez os dois, e o aproximar do “Enterro da Gata”.

 

Quanto ao espectáculo em si, este não teve o fulgor que em tempos marcava as edições do FITU e em termos organizacionais foram bem visíveis a falta de tunas estrangeiras. No cartaz do espectáculo estavam previstas as actuações das tunas “Montes de Madrid” e “Direito de Sevilha” mas este não veio acontecer. Segundo Filipe Costa, magister da Tuna Universitária do Minho e elemento da organização, são situações recorrentes mas às quais são alheios. No entanto, a presença da bem disposta Tuna do Distrito Universitário San Luís Potosí do México não passou indiferente a quem assistiu ao espectáculo.

 

No primeiro dia subiram ao palco do PEB seis tunas, dois extra-concurso e quatro a concurso. A Tuna Universitária do Minho, anfitriã do festival, deus os primeiros e estreou um tema novo em Braga, a ?Essência?. A tuna do México, pela primeira vez em Portugal, compôs o seu reportório com temas tradicionais da América Central.

 

Logo de seguida actuou uma das tunas mais animadas do festival, a Transmontuna e picou o público presente contaminando a sua actuação com “bocas” entre Braga e Guimarães. Esta tuna levou para Vila real os prémios de “Tuna mais Tuna” e “Melhor Passa Calles”.

 

Da Universidade do Porto veio a Tuna de Engenharia (TEUP) disposta a conquistar as donzelas locais. Ofereceu rosas e tocou um instrumental que conquistou toda a gente, inclusive o júri que atribuiu a esta tuna o prémio de “Melhor Instrumental”. A TEUP venceu ainda o prémio de “Melhor Porta-Estandarte”.

 

Com um público meio amorfo a Tuna Universitário de Aveiro (TUA) não podia ter escolhido melhor tema para iniciar a sua prestação. “O que faz falta é animar a malta” caiu que nem ginja na noite de sexta. A TUA cativou quem os ouviu e para tal contou o facto de esta tuna ter presenteado o público com o medley de canções de Zeca Afonso. Mas foi “Malagneña”, música de solista, que mais aplausos arrancaram. Para Aveiro foram os prémios de “Melhor Solista” e “Terceira Melhor Tuna”.

 

A concluir a primeira noite actuou, a extra concurso, a Tuna de Ciências da Universidade do Minho, a Azeituna. Temas como “Asa Branca” e “Bairro do Oriente” foram do agrado de todos, especial dos inúmeros fãs desta tuna sempre presentes nas actuações dos ?azuis? do Minho.

 

Na segunda noite, após confirmada a desistência de uma das tunas espanholas referidas anteriormente, foi a Estudantuna Académica de Ponte de Lima que surpreendeu a plateia, bem mais composta, de duas formas. Primeiro porque não estava em cartaz e segundo pela agradável irreverência que esta tuna, em noite Feiras Novas na sua terra natal, trouxe até Braga. Cómica e original interpretaram um tema que ficou no ouvido, “Música da Emigração”.

 

Por sua vez, a Tuna Medicina do Porto, apostou numa postura mais nostálgica e percorreu alguns sons celtas, folclore báltico e tango. Ainda teve tempo de dedicar um tema romântico à mulher minhota, “Fascinação”.

 

Da invicta veio, também, a Tuna da Universidade Católica do Porto. Um dos momentos altos desta tuna foi a interpretação do tema “Toreador” de ópera de “Cármen” de Bizet. “Candeias da Saudade” foi outra tema do agrado do júri, pois esta tuna acabou por arrecadar o prémio de “Segunda Melhor Tuna”.

 

A Tuna Universitária de Beja fez a sua estreia num Bracara Augusta. Estes “alentejanos” estiveram em destaque com a música “Faduxo” e “Nem às paredes confesso”. Os pandeiretas tiveram em destaque mas não convenceram o júri.

 

A última tuna a concurso acabou por ser a grande vencedora do XVI FITU. A Tuna Universitária do Instituto Superior Técnico de Lisboa recebeu sempre as maiores ovações do certame e contagiaram o público com uma energética sequência de pandeiretas. “Lágrima”, “Vontade de Ser”, “Marcha do centenário” e “Dou-me o mar” arrepiaram o público e esta tuna acabou por levar para casa, então, o grande prémio “XVI FITU Bracara Augusta” e ainda o prémio de “Melhor Pandeiretas”.

 

Balanço

Hélder Dias e Filipe Costa, presidente da ARCUM e “magister” da Tuna Universitária do Minho respectivamente, fizeram um balanço positivo do festival. O primeiro considerou que, apesar de alguns problemas, as expectativas foram superadas, e, o segundo, afirmou que o FITU será para manter dois dias e que ,este certame, continuará a trazer animação e vida à cidade de Braga.

 

Nuno Cerqueira

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