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Os Jogos Olímpicos Universitários







 

Foi há mais de 500 anos que os portugueses se fizeram ao mar e deram novos mundos ao mundo, descobrindo novas culturas e dando a conhecer ao novo mundo a nossa cultura. Hoje, e passados que estão cinco séculos, também se descobrem novos mundos através do desporto e se ficam a conhecer diferentes culturas. As Universiadas na sua essência são uma competição desportiva, mas o que as tornam diferentes das outras grandes competições internacionais é a sua forte componente cultural e social, que se imiscuem num espírito global de partilha.

 

A comitiva portuguesa de 55 elementos que partiu para o oriente, buscava igualar ou superar o resultado alcançado dois anos antes em Izmir (Turquia), onde Naide Gomes e Vera Santos conquistaram então duas medalhas de prata para Portugal.

 

As esperanças lusas de conquista estavam depositadas maioritariamente em dois atletas: Joaquim Videira (nº2 do ranking mundial de esgrima – espada) e Jéssica Augusto (Uma das esperanças/certezas do atletismo nacional/europeu).

 






Jéssica Augusto rumo ao ouro e a um recorde mundial

 

Com o decorrer da competição, começaram a surgir as naturais surpresas. Se nos 110 metros barreiras Luís Sá (atleta olímpico em 2004) não esteve no seu melhor, já Arnaldo Abrantes e Sara Moreira protagonizaram excelentes desempenhos nos 100 metros e nos 3000 metros obstáculos (6º e 4º classificados respectivamente). Jéssica Augusto (aluna TUTORUM da Universidade do Minho) é que não deixou os seus créditos por mãos alheias e arrebatou a medalha de ouro nos 5000 metros, batendo o anterior recorde do mundo universitário. Jéssica detém agora a melhor marca do mundo (em competições universitárias) com o tempo de 15.28,78s.

 

A esgrima era provavelmente a modalidade com o quadro competitivo mais difícil de toda a Universíada. Dos atletas que disputam o circuito mundial, apenas o nº1 não estava presente, visto já não possuir idade para competir (nas Universiadas só podem competir atletas até aos 28 anos). Joaquim Videira, nº2 do mundo em espada, passou sem grandes dificuldades a fase de grupos, tendo depois sido surpreendentemente eliminado pelo ucraniano Medvedev. Gael Santos no florete foi eliminado ainda na fase de grupos. 

 






Luis Araújo fez história ao conquistar a 1ª medalha para a ginástica portuguesa numa grande competição internacional

 

Na natação, alguns dos atletas bateram os seus recordes pessoais, tendo um deles pulverizado o recorde nacional e carimbado o seu passaporte para os Jogos Olímpicos de Pequim. Fernando Costa ao nadar os 1500 metros livres em 15.16,22s baixou em 5 segundos o anterior recorde nacional que estava nos 15.21,35s. Apesar desta excelente performance, João Rocha ficou a uma “braçada” do pódio, tendo se classificado em 4º lugar.

 

Os atletas dos desportos de combate tiveram boas prestações, isto apesar de não terem alcançado resultados de monta, excepção feita a Diogo Lima (Judo) e José Fernandes (Taekwondo – aluno da UMinho). Ambos os atletas classificaram-se em 9º lugar, tendo sido “tramados por um ponto”. Enquanto Diogo Lima (-81kg) no acesso às meias-finais perdeu no ponto de ouro com o atleta da Coreia do Norte que haveria de conquistar a prata, José Fernandes viu-se afastado das meias-finais ao perder por apenas um ponto no combate com o atleta do Benin.

 

No badminton, modalidade na qual a Universidade do Minho irá organizar em 2008 o próximo Campeonato do Mundo Universitário, o único representante português em prova, Nuno Santos, foi eliminado logo na primeira ronda de eliminatórias.

 






Fernand Costa rumo a Pequim…

 

Para finalizar, a ginástica (rítmica e artística) que teve um resultado surpreendente. Luís Araújo foi a estrela da companhia ao conquistar de uma forma inesperada a primeira medalha da competição para Portugal e para a ginástica artística nacional numa grande competição internacional. Com um score 15.787 no cavalo, o atleta luso subiu ao 2º lugar do pódio neste aparelho.

 

Na ginástica rítmica, as atletas lusas superaram todas as expectativas ao apurarem-se para as finais (cordas e arcos/massas), tendo na final de cordas alcançado um surpreendente 5º lugar.

 

Em forma de balanço final, pode afirmar-se que a participação lusa nesta 24ª Universíada foi pautada pelo sucesso, tendo alcançado com menos de metade do número de atletas (55 contra 114) presentes em Izmir 2005, uma prestação superior em termos de resultados finais. Este sucesso no entanto não deve ser só medido pelos resultados do “medalheiro”. Com uma cobertura jornalística como nunca antes vista, os resultados das performances lusas saíram em destaque nos jornais de grande tiragem nacional – A Bola, Record, O Jogo, Público, Jornal de Noticias, Diário de Noticias, Correio da Manha e 1º de Janeiro.

 






José Fernandes ficou a um ponto da luta pelas medalhas…

 

Em entrevista a algumas destas publicações, foram diversos os atletas que se demonstraram satisfeitos, não só pelos seus resultados, mas pelo excelente ambiente que se viveu dentro da comitiva e pela experiência enriquecedora do ponto de vista pessoal que estava a ser esta Universíada.

 

Texto e Fotografia: Nuno Gonçalves

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