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Com que idade iniciaste a prática competitiva do andebol e onde?
Iniciei a pratica desportiva com 11anos, no Académico Basket Club (ABC).
Quantas vezes treinas por semana, e quanto tempo?
Treino cinco vezes por semana, em pavilhão, complementado com treino de ginásio.
Porquê o andebol, e não por exemplo, o “banal” futebol? Quais foram as motivações?
Tudo começou com o convite de um professor que me abordou para realizar uns testes físicos. Daí para a frente, foi tudo muito natural. Ele percebeu as minhas qualidades para a modalidade, e assim que integrei a equipa, não quis mais deixar. Comecei nos infantis, portanto já não imagino a minha vida sem jogar andebol!
Achas que o andebol ajudou no teu desenvolvimento enquanto indivíduo?
De todo. Julgo que foi fulcral no sentido que desenvolveu precocemente a minha atitude humana perante os outros, saber estar em equipa, em sociedade, sempre com a humildade de aceitar e fazer críticas construtivas, e preparado para abordar qualquer problema. Acima de tudo, sei que ?emancipar-me? tão cedo dos meus pais fez com que tivesse que atingir uma responsabilidade notória e um saber-estar propício a viver em comunidade.
Qual foi o papel da tua família no teu percurso enquanto atleta de alta competição?
Como é de esperar, deveras importante. A família é o apoio nas derrotas e nas vitórias.
A maneira como lidas com a pressão e a ansiedade antes dos jogos é algo que consegues trabalhar e treinar, ou simplesmente é algo com que apenas lidas na hora em que entras em campo?
É algo incontrolável, não premeditado, flui. Eu cresci como atleta e assim desenvolvi certas defesas e estratégias para esses casos.
No ano lectivo passado o andebol da UMinho foi mais uma vez campeão nacional universitário e vice-campeão europeu. Qual é para ti o segredo deste sucesso?
O segredo do sucesso desta equipa resume-se a muita humildade, encarar o adversário sempre com muito respeito e seriedade, seja nacional ou internacional, e, sobretudo, muita união que se traduz em muita garra e flexibilidade perante qualquer adversário.
Que diferenças notas entre a competição federada e a universitária?
Relativamente à competição federada, temos que a encarar com muita entrega e disponibilidade, de modo a atingir os objectivos traçados pelo clube.
Em relação à universitária, podemos ter momentos de distracção, mas ao mesmo tempo, sermos sérios e responsáveis pela instituição que muito tem feito por nós.
A tua primeira ida à Selecção, como foi e qual o sentimento de representar o teu pais?
O sentimento foi de grande alegria, já que representar o nosso país é o auge de qualquer atleta e, para mim, o realizar de um sonho.
O facto de viveres em Braga e jogares pelo ABC condicionou a tua escolha de Universidades quando concorreste? Porquê?
Sempre tive a convicção de não deixar a minha cidade, as minhas raízes e a minha família. Ao mesmo tempo estou a jogar no ABC, por isso sim, estas razões foram uma grande influência na escolha da Universidade do Minho.
Como é consegues conciliar os estudos com a prática de uma modalidade de alta competição?
De certo modo, os estudos vão estando um pouco pendentes. Por agora, pretendo dar prioridade à vida andebolística.
Os teus colegas de curso sabiam que és atleta de alta competição? O que é que eles pensavam desse facto?
Penso que não.
A UMinho iniciou em Portugal um programa pioneiro no que diz respeito ao apoio aos atletas de alta competição, o TUTORUM. O que pensas desta iniciativa e do programa em si?
Este programa tem como objectivo ter uma interacção entre a vida académica e desportiva. Fico agradado.
Em áreas já recebeste apoio através do TUTORUM?
Esclarecimento de dúvidas.
Para este novo ano lectivo de 2010/2011, quais são os teus grandes objectivos?
Ser campeão pelo ABC e melhorar o resultado universitário conseguido no ano passado.
Texto: Nuno Gonçalves
(Pub. Fev/2011)