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Hugo Sobral defende que a prioridade atual da Comissão Europeia é ultrapassar a crise económica e financeira, fazendo com que a Europa saia mais unida e reforçada. “É essencial evitar o ressurgimento dos egoísmos nacionais e as tentações centrífugas. A história da integração europeia demonstra que é por vezes em momentos difíceis que se avança no processo de integração e parte da resposta à atual crise, que é também sistémica e política, passa por aprofundar o modelo e adequá-lo às novas realidades”, sublinha.
O antigo aluno da UMinho reconhece que Portugal está num período difícil e obrigado a fazer importantes esforços para corrigir desequilíbrios estruturais nas contas públicas e na economia, de forma a recuperar competitividade internacional: “Não há soluções instantâneas ou medidas milagrosas. O diagnóstico está feito há muito” apostar nas pessoas, na educação e formação, investir em atividades reprodutivas, no setor transacionável, estimular exportações, promover polos de competitividade nas áreas onde o país tem mais-valias associando universidades, centros de investigação e empresas, promover e premiar o mérito e melhorar a produtividade”. No entanto, “é urgente passar da teoria à prática, do diagnóstico à ação”, afirma. “Os desafios e as responsabilidades são coletivos. Todos temos de os assumir, em conjunto. As boas notícias são que, em Portugal, temos qualidade e talento necessários para ultrapassar a situação”, vinca.
“Durão Barroso é um europeísta convicto”
Hugo Sobral tem a seu cargo as pastas das relações externas, do Serviço Europeu de Ação Externa, da política de vizinhança e das relações bilaterais com África. Prepara toda a agenda externa de Durão Barroso, sobretudo a dúzia de Cimeiras anuais com parceiros estratégicos e o apoio na definição das grandes linhas da política externa europeia. “Durão Barroso é um europeísta convicto que tem procurado forjar os compromissos necessários para fazer avançar o projeto europeu”, realça, para acrescentar: “Trabalhar com ele é um grande desafio e responsabilidade, em particular à luz do momento atual. É também uma grande satisfação trabalhar para um presidente da Comissão português, que muito tem prestigiado o país”, realça.
Hugo Sobral licenciou-se em Relações Internacionais pela UMinho, presidiu o Centro de Estudos daquele curso e foi secretário da Associação Académica da UMinho. Trabalhou depois no Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais, na Direcção-Geral de Política Externa e foi adjunto de três ministros dos Negócios Estrangeiros (António Martins da Cruz, Teresa Gouveia, António Monteiro), cobrindo os temas da Europa Ocidental, Ásia, África, Mediterrâneo e Médio Oriente. Em 2004 passou para a representação de Portugal na UE e, desde 2009, é membro do gabinete de Barroso. “Em todo este percurso foram fundamentais a versatilidade e abrangência da formação na UMinho que, mais do que as respostas para as perguntas, me deu as bases para procurar as respostas por mim mesmo”, salienta Hugo Sobral.
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(Pub. Fev/2012)
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