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Apostar numa ideia de negócio diferenciada e ter uma mentalidade “win win win”


 


O que é a SAR?

A SAR – Soluções de Automação e Robótica é
uma empresa que atua no ramo da Eletrónica Industrial, Robótica e Automação,
desenvolvendo soluções personalizadas e únicas para a Indústria e empresas
tecnológicas. A SAR é também detentora da marca botnroll.com, uma loja de robótica online que vende produtos
relacionados com robótica educativa, possuindo centenas de produtos robóticos e
entre os quais desenvolvidos pela própria empresa, como é o caso do kit de
desenvolvimento robótico educativo BOT’N ROLL ONE C (o kit oficial da
RoboParty). A SAR, sediada em Guimarães, é uma empresa jovem e dinâmica
constituída na sua totalidade por elementos qualificados e formados na
Universidade do Minho.

 

Como surgiu a empresa e quais foram os objetivos da
sua criação?

De 2003 a 2006,
durante os últimos anos das nossas licenciaturas em Engenharia Eletrónica
Industrial, estivemos envolvidos no projeto de Robôs Futebolistas da
Universidade do Minho, tendo obtido excelentes resultados nacionais e
internacionais. Durante o último ano de licenciatura surgiu a ideia de adaptar
o robô futebolista para uma cadeira de rodas, aproveitando o sistema de
locomoção omnidirecional capaz de se deslocar em todas as direções, dando
início ao já reconhecido projeto da cadeira de rodas omnidirecional. Sendo esta
uma ideia e um projeto inovador, em 2005 concorremos ao Concurso Nacional de
INOVAÇÃO BES e fomos os vencedores no setor da Saúde, Cuidados Pessoais e Acolhimento. O prémio monetário daí
resultante aliado à nossa motivação pessoal foram um excelente incentivo para a
criação na nossa própria empresa, o que se verificou no ano seguinte aquando do
fim das licenciaturas.

Tínhamos como grande
objetivo inicial a criação de uma empresa que disponibilizasse soluções de
engenharia personalizadas destinadas à indústria relacionadas com robótica e
automação. Uma empresa com mão-de-obra qualificada que conseguisse fornecer
soluções de hardware e software inexistentes no mercado, uma vertente
desafiante mas promissora. Era também objetivo a criação de produtos
comerciais, tal como a cadeira de rodas por exemplo.

 

Quem
foram os seus fundadores e qual a sua proveniência (curso)?

A SAR foi fundada pelos quatro elementos,
alunos que participaram no projeto da cadeira de rodas omnidirecional em
conjunto com o Professor orientador, todos do curso de Engenharia Eletrónica
Industrial e Computadores da Universidade do Minho.

 

Quais os projetos já concretizados pela empresa?

Desde a sua criação,
a SAR já realizou inúmeros projetos personalizados direcionados para a
indústria, tendo clientes como a SONAE, EDP Renováveis, Plastirso, Câmara
Municipal de Braga, Mecanarte, Recalnor, entre outros. Pode-se destacar alguns
projetos pela sua dimensão e mediatismo como o projeto “SMET – Sistema de
Medição de Energia por Telemetria” para medição de consumos nas centrais da PT
[cliente: SONAE (Optimus)] ou o projeto “Controladores para Seguidor Solar” [cliente: Extral Solar]. Um dos projetos atualmente em desenvolvimento é o “Sistema de Gestão e Controlo dos Acessos Pedonais do Centro Histórico de
Braga”, utilizando o telemóvel pessoal como meio de identificação/acesso
[Cliente: Câmara Municipal de Braga].

Existem também vários
produtos desenvolvidos na sua totalidade pela SAR destinados à comercialização,
como é o caso do robô GoGrab que apanha bolas de golfe de forma autónoma e a
cadeira de rodas omnidirecional, ambos brevemente disponíveis no mercado.

O lançamento da loja
de robótica online botnroll.com
ocorreu em 2010 e desde então tem-se obtido valores de crescimento
consideráveis no volume de vendas e na quantidade de produtos disponíveis,
sendo esta uma loja que facilitou a aprendizagem e o contato com a robótica e a
eletrónica em geral em Portugal.

 

Quais os projetos da SAR para o futuro?

A grande aposta atual
da empresa foca-se na área de robótica educativa encabeçada pela loja online de
robótica botnroll.com, onde é
possível adquirir vários produtos robóticos, entre eles os nossos próprios
produtos como o kit robótico BOT?N ROLL ONE C, já com mais de 1000 unidades
vendidas. A SAR é também parceira técnica na organização da RoboParty, evento
que se realiza anualmente e que já conta com sete edições realizadas na
Universidade do Minho e que junta mais de 500 pessoas que criam o seu próprio
robô em 3 dias e 2 noites, tendo em perspetiva o aumento em 50% do número de
participantes na próxima edição.

Pretendemos também
desenvolver um novo modelo do kit robótico atual e iniciar a comercialização do
GoGrab (robô autónomo para apanhar bolas de golfe) e da cadeira de rodas
omnidirecional. A SAR continuará a apostar na vertente industrial e na parceria
com empresas tecnológicas no desenvolvimento de soluções à medida das
necessidades do cliente.

 

A SAR é uma empresa de abrangência apenas
nacional ou já se internacionalizou?

O mercado
predominante é claramente o mercado Nacional mas a aposta no mercado
internacional é uma certeza tendo já obtido vários contatos para soluções
industriais a nível internacional. A loja de robótica botnroll.com será o nosso cartão-de-visita para a
internacionalização pela facilidade que o mercado online possibilita,
efetuando-se atualmente várias encomendas internacionais.

 

Qual o segredo do vosso sucesso?

Certamente que o bom ambiente no trabalho é
mais que um fator motivador e criador de sucesso. Vivemos um ambiente
descontraído e informal mas sempre dedicados ao trabalho, onde todos rumamos
para o mesmo lado com muita ambição, dedicação e vontade de vencer.

A face visível da nossa estratégia de sucesso
centra-se na dedicação e atenção personalizada ao cliente, ajudando-o,
aconselhando-o e dando apoio técnico os seus projetos. Isso diferencia-nos. Um
outro fator importante nestas áreas tecnológicas é estar sempre a par das
novidades e tendências, razão pela qual centramos atenções na robótica
educacional que é uma área de negócio emergente.

 

Na
sua opinião o que é preciso para se ser empreendedor, para se criar uma empresa
de sucesso?

Gostar da área de trabalho onde se irão
inserir, grande motivação e não desistir perante as primeiras contrariedades,
que irão surgir certamente. Apostar numa ideia de negócio diferenciada e ter
uma mentalidade “win win win”. É muito importante ser ambicioso mas sempre com
os pés assentes na terra.

 

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– É fácil ser empreendedor em Portugal?

Não é fácil ser empreendedor, seja em que
país for. Temos de ser nós a procurar o cliente e o trabalho e não o contrário.
Atualmente a elevada carga fiscal e principalmente a burocracia desmotiva e
obriga a um esforço extra, principalmente em microempresas. Contudo, é também
um mote para nos superar cada vez mais, otimizando todos os processos.

 

O
país apoia o empreendedorismo e a inovação?

No caso da SAR podemos dizer que o país apoia
já que recebemos incentivos por parte de programas como o QREN. Contudo, para
além da enorme burocracia para concorrer a esses programas, há também muitos
entraves burocráticos no desenrolar do programa que o tornam ineficaz uma vez
que o incentivo não é recebido nos prazos estipulados, o que dificulta o
planeamento das nossas atividades.

 

Qual o apoio que a UMinho dá às suas spin-offs, tanto na sua formação como no
seu desenvolvimento?

Inicialmente fornece toda a orientação e
apoio inicial para a criação de uma empresa, desde a criação de um plano de
negócios até à formação básica transversal a qualquer empreendedor. Fornece
também o acesso a recursos físicos da Universidade, como laboratórios e
equipamentos. É um bom apoio inicial quando não temos quaisquer “ferramentas” para iniciar o nosso negócio.

 

Que mensagem deixariam a quem quer ser empreendedor?

Acreditar! Acreditar no projeto, acreditar
que se pode vencer, acreditar que se pode ultrapassar contrariedades. É
necessário ter muita vontade de vencer e não desmoralizar quando as
contrapartidas surgirem, olhando para elas como oportunidades. É também
importante planear um crescimento sustentável, “ser um ambicioso com os pés
assentes na terra”. Por último, é fator de sucesso trabalhar com pessoas com os
mesmos objetivos, com a mesma mentalidade, havendo sempre a garantia de
entreajuda e cooperação entre todos.


Texto: Ana Coimbra


(Pub. Abr/2013)

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