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Marcelo Rebelo de Sousa foi o convidado especial da festa de Aniversário


Recebido com carinho e distribuindo afetos, Marcelo Rebelo de Sousa chegou ao Largo do Paço já passava das 10h00, onde foi recebido pelo Reitor António Cunha, seguindo no tradicional cortejo académico para a sessão solene, que decorreu no salão medieval da Reitoria.

Sendo o convidado especial desta festa de aniversário dos 43 anos da UMinho e o qual todos esperavam ouvir, o Presidente da República foi o último dos intervenientes a falar, deixando largos elogios à UMinho e traçando um otimista futuro para Portugal.

Marcelo Rebelo de Sousa começou por saudar os fundadores da Universidade do Minho e todos aqueles que tornaram “possível a concretização de um sonho”. Saudou também o Reitor da Academia Minhota, a qual alargou a todos os seus antecessores. Apelidando a UMinho como uma nova Academia com uma história antiga, afirmou que o destino da UMinho “é partir”, para novos horizontes, de forma promissora, com a aposta em pesquisas, virada para a juventude, mas também para a sociedade, destacando a “feliz relação da Universidade com a estrutura económica, social, cultural, religiosa e cívica da região”.

Em relação ao 43º aniversário da UMinho, à celebração dos 43 anos de história, o Presidente da República referiu que a celebração só vale apena “se a encararmos como um ponto de partida para o futuro”, sublinhando que “é o que sucede nesta Universidade”.

Sobre Portugal e a sua situação, indicou que “O que assistimos é uma mudança profunda, discreta, silenciosa, impercetível, mas estrutural na nossa sociedade, na nossa economia, na nossa cultura?, frisando que “Portugal está avançar”, pela iniciativa  daqueles, como o poder local, que fizeram da proximidade uma rede de vivencia democrática, como as instituições de solidariedade social que garantiram em tempo de crise uma proteção e acompanhamento cívico e comunitário únicos, “mas Portugal avança também e de uma forma particular através das universidades, dos centros de pesquisa, das novas pistas da ciência, das instituições de excelência, de todos aqueles que são do melhor que temos cá dentro e lá fora” afirmou. Um Portugal “impercetível”, que segundo este “não depende de um presidente, de um governo ou de um ministro, depende da capacidade das instituições para criar ciência, para fazerem conhecimento, para anteciparem o futuro, é esse Portugal que está a triunfar” disse. Sobre um título para o Portugal atual, a escolha do Presidente seria “Portugal com futuro”, para o qual garantiu que “a UMinho é uma construtora privilegiada”, representando a sua presença no dia da Universidade “gratidão, pelo passado, pelo presente, mas sobretudo gratidão pelo futuro da vossa Universidade” disse.


Já o Reitor começou por
afirmar que a sessão solene deste 43º aniversário tinha “especial significado”com a presença do “mais alto magistrado na Nação”, uma presença que afirmou “honra-nos e responsabiliza-nos”. Segundo
António Cunha, a celebração desta data assinala sobretudo “um percurso
que é resultado da ação de um coletivo”,
celebrando-se uma história que se materializou, segundo este “numa aposta na
formação massiva de pessoas, numa
oferta educativa inovadora nos
perfis de formação, numa aposta na investigação,
na conceção de um modelo de gestão
integrada de recursos, num intenso investimento em infraestruturas de referência, no
desenvolvimento de mecanismos de interação
com a sociedade”. Para além da sua história, este aniversário celebrou também “a realidade que a UMinho é hoje, uma Instituição completa, coesa, densa
e internacionalizada? disse.

Fazendo um balanço dos
últimos oito anos em que liderou as equipas reitorais da Instituição, o reitor
destacou alguns factos, tais como: o facto
da Universidade se afirmar, cada vez mais, como completa na abrangência das suas áreas científicas, bem como
o facto de se ter afirmado como
uma
universidade de investigação, uma Universidade que promove, com sucesso, uma
educação de qualidade, uma universidade que
tem uma fortíssima e efetiva interação com a
sociedade, uma universidade cada vez mais internacionalizada, uma universidade
participada e descentralizada, uma universidade eficiente e eficaz, uma
universidade é inclusiva, sustentável, uma universidade que procura reforçar a
ligação com os seus
ex-estudantes, entre outras coisas. “Tudo isto foi
feito, e está a ser feito, apesar do
impacto
de uma crise
sem precedentes (…), apesar de sermos uma das universidades
públicas com
menor financiamento por
estudante”
 declarou António Cunha.

Sublinhando que “as
Universidades portuguesas têm hoje um melhor modelo de governação”, António
Cunha reafirmou as
virtudes do RJIES
que trouxe mais autonomia às universidades, autonomia que pretendeu levar mais
longe e que resultou na passagem da UMinho a Fundação “
lutei com toda a convicção para que a
Universidade do Minho fosse uma
Fundação
Pública com Regime de Direito Privado,
que acredito ser o melhor para
cumprir a
missão de uma universidade pública” disse.


Sobre o futuro, o
Reitor transmitiu que a comemoração desta data visa também “perspetivar e
celebrar o futuro da UMinho e do
Ensino Superior”, afirmando que “
é pelo
conhecimento
que poderemos construir um mundo mais justo, mais
sustentável, mais solidário e mais ético” e também “mais seguro”, referindo
acreditar num futuro “com maior
centralidade
das universidades”
.

Desta forma, Antonio
Cunha diz que “o futuro de cada universidade dependerá da sua capacidade em
afirmar a sua identidade e
marcar a
diferença
pelo conhecimento que
produz
, o modo como ensina, as respostas que oferece e as interações que
promove.
Só uma Universidade autónoma
pode ser diferente!”

Terminando, afirmou acreditar “que esta Universidade é diferente e vai continuar a ser diferente enquanto formos o tal projeto empenhado de construção de um coletivo que ousa definir o futuro”.

O Presidente da Associação Académica, Bruno Alcaide interveio
para declarar que “A Universidade do Minho é uma referência nacional e
internacional”, aproveitando para reivindicar um “maior financiamento”do
ensino superior, no sentido de se caminhar para o “cumprimento da Constituição
que estabelece o princípio da progressiva gratuitidade” disse. Bruno Alcaide
renovou ainda a defesa de que os alunos bolseiros que se candidatam a bolsa “tenham no ano seguinte o apoio automaticamente renovado”, sendo que persistam
as mesmas condições, pretendendo ainda uma “Revisão do Regulamento de
Atribuição de Bolsas”.

O presidente
do Conselho Geral da Universidade do Minho, Álvaro Laborinho Lúcio, que está a escassos
meses do termo do segundo mandato, salientou a preocupação do Conselho Geral em
contribuir para “melhorar progressivamente a participação da academia nos atos
mais representativos da instituição”, chamando a atenção para a “solidariedade
crítica” que este órgão sempre demonstrou com os atos da equipa reitoral. Este
não deixou ainda de falar da conclusão do “complexo processo de transformação
da Universidade do 
Minho em Fundação
Pública com Regime de Direito Privado” prestes a ser concluído.


Laborinho Lúcio admitiu
ainda a “frágil ligação” do Conselho Geral “à sociedade, espaço no qual bem
pode vir a caber-lhe papel de particular relevância? disse.

Quem também marcou
presença na festa da UMinho foi a secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e
Ensino Superior, Fernanda Rollo, que muito elogiou a UMinho e o seu “projeto
novo, um projeto moderno à época, um projeto atrevido”, elogiando a sua
grandeza e o facto de ter sabido “tão bem” ganhar o seu espaço nas cidades em
que está instalada. Para a governante, a UMinho tem “assumido a capacidade de
antecipar os desafios e de procurar respostas”, defendendo a passagem da
Universidade a Fundação como ?fundamental 
para o desenvolvimento do
ensino e da ciência”. A secretária de Estado afirmou ainda que a UMinho é uma
Universidade “comprometida com o país e com o território”, caracterizando-a
como “criativa e inovadora”. Fernanda Rollo declarou ainda que o trabalho
levado a cabo pela instituição “honra-nos a todos e representa a prova viva de
que uma universidade pode fazer a diferença”.
 

No decorrer da
cerimónia foi entregue o Prémio de mérito científico a Paulo B. Lourenço e a
medalha da Universidade aos funcionários mais antigos, os Prémios Escolares e
das Cartas Doutorais.

Os momentos musicais
estiveram a cargo do Coro Académico da UMinho, acompanhado pela Camerata –
Orquestra de Cordas do Departamento de Música da UMinho, sob a direção do
maestro Rui Paulo Teixeira.

Neste dia, pelas 15h00,
decorreu a inauguração da Biblioteca Fernão Mendes Pinto, construída a partir de
espólios bibliográficos doados pelo embaixador João de Deus Ramos. Este espaço
dedicado às línguas e culturas orientais ocupa parte do 4º piso da Biblioteca
Geral (BGUM) do campus de Gualtar. Neste âmbito, decorreu a abertura da
exposição “Fernão Mendes Pinto: Deslumbramentos do Olhar”, patente até 3 de
março.

O programa de
comemorações integrou igualmente um concerto especial com a obra “Sinfonia n.º
2, Da Ressurreição”, do compositor austríaco Gustav Mahler. Subiram ao palco a
Orquestra da UMinho, o Coro de Alunos da Licenciatura em Música da UMinho, o
Coro do Conservatório Superior de Música de Vigo e o Coro Sinfónico Inês de
Castro, acompanhados pelas solistas Cristiana Oliveira (soprano) e Patrícia
Quinta (mezzo-soprano). A direção esteve a cargo do maestro Claude Villaret. Os
espetáculos realizaram-se na quarta-feira, dia 15, às 22h00, no Centro Cultural
Vila Flor, em Guimarães, e no dia seguinte, às 21h30, no Theatro Circo, em
Braga.

 

Texto: Ana Marques

Fotografia: Nuno Gonçalves


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