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O trabalho já originou no espaço de um ano diversas
soluções com elevado potencial de utilização no setor. Por exemplo, para
controlar pragas em grandes plantações foram desenvolvidos péptidos antimicrobianos,
inspirados em moléculas existentes em mamíferos, bichos-da-seda e vespas. “Estas pequenas proteínas fazem parte do sistema imunitário e encontram-se em
todos os organismos vivos, representando a primeira linha de defesa no combate
a invasões por agentes infeciosos”, explica Raúl Machado, um dos 21
investigadores do projeto. Também foram produzidas membranas microporosas
biocompatíveis e biodegradáveis, com elevada ação antimicrobiana e estabilidade
térmica, podendo ser usadas como revestimentos ou filtros para controlo
microbiológico.
Cada vez menos dependentes do petróleo
Foi
igualmente otimizada a conceção de compostos de valor acrescentado para a
indústria alimentar através de fábricas microbianas, um processo “amigo” do
ambiente. Esta técnica de produção inovadora permite a obtenção de novos
compostos a partir de resíduos ou subprodutos industriais. “Deixamos, assim, de
depender tanto de derivados de petróleo, que são muitas vezes a base para a
síntese de inúmeros compostos usados nas mais variadas indústrias”, realça a
bióloga Isabel Silva.
Os resultados do projeto vão beneficiar empresas portuguesas do setor
agroalimentar, bem como municípios, decisores políticos, centros de
investigação e associações ambientais. Para uma maior proximidade à realidade
nacional, está ainda a ser criado um conselho consultivo que visa potenciar,
aplicar e disseminar algumas das soluções desenvolvidas no âmbito do
EcoAgriFood. Com a população mundial a aproximar-se dos 10 mil milhões em 2050
e com recursos naturais finitos, “é essencial apostar numa economia mais
sustentável capaz de conciliar as necessidades em termos de agricultura,
segurança alimentar e utilização dos recursos biológicos, garantido
simultaneamente a biodiversidade e a proteção do ambiente”, afirma a
coordenadora geral Fernanda Cássio, da Escola de Ciências da UMinho. O projeto tem o site www.ecoagrifood.pt.
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Universidade do Minho
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(Pub. Jan/2018)
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