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UMinho comemorou 36 primaveras






 

 

Com as suas raízes em 1974, a UMinho é uma “jovem” com um trajecto longo. Com muitas conquistas e muitas dificuldades ultrapassadas, com um passado rico de construção de conhecimento, de inovação e capacidade de desenvolvimento, a UMinho vive um presente de mudança e ambiciona um futuro de sucesso.

 

Este aniversário ficou marcado pela “reconciliação” entre a UMinho e a tutela. Desde 2006 que o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior não marcava presença na cerimónia comemorativa do aniversário, o que se alterou neste ano de 2010, em que o ministro Mariano Gago foi uma das figuras ilustres desta solenidade.

 


 

As celebrações iniciaram pelas 10h30, com a recepção de Convidados que, pelas 11h00 seguiram em Cortejo Académico para o Salão Medieval onde decorreu a Sessão Solene Comemorativa do XXXVI Aniversário da Universidade.

 

Reitor da UMinho faz balanço de 2009 e antecipa 2010

 

A primeira intervenção coube ao Reitor da UMinho, António M. Cunha. O Reitor começou por relembrar a importância deste dia, evocando o passado e todos aqueles que ajudaram a construir o que é hoje a UMinho, referindo que este é também um dia de “reflexão e prestação de contas”, aproveitando para fazer um balanço do ano de 2009 e antecipando o que será 2010.

 

Sobre o ano de 2009, o Reitor refere que “muita coisa mudou”, entre elas, o ano ficou marcado pela entrada em funções do Conselho Geral, pelo novo modelo de governo da Universidade, por uma nova liderança e, um novo programa de acção para o Quadriénio 2009-2013. Também 2009 ficou marcado pela mudança de governo (a qual não implicou mudança na liderança do MCTES), o qual propôs às Universidades o “Contrato de Confiança”, um programa no qual António M. Cunha põe “grande expectativa”. Para o Reitor este programa marcará uma mudança na “UMinho e no Ensino Superior em Portugal”.

 


 

Para o Reitor a Universidade tem conseguido cumprir a sua missão. Com uma investigação que é reconhecida a nível nacional e internacional. Uma oferta educativa vasta que tem lideranças nacionais em diversos projectos de ensino, com áreas de formação inovadoras e projectos de ensino, em cooperação com outras instituições de ensino superior nacionais e estrangeiras. Segundo o Reitor, “A Universidade aproveitará esta ocasião para introduzir elementos de racionalidade na sua oferta, reduzindo o número de unidades curriculares e de cursos de pós-graduação”. Também a nível da interacção com a sociedade, a UMinho tem sabido posicionar-se nas várias áreas (económico, social e cultural) sendo hoje “uma imagem de marca de que a Instituição se orgulha”.

 

2009 ficou ainda marcado por uma reforma da área administrativa, da qual sobressai a nomeação do Administrador da Universidade, Prof. Pedro Camões. Também ainda no ano transacto, a Escola de Direito foi acolhida em novas instalações, e os Serviços de Acção Social foram reconhecidos pela APCER com as certificações ISO 22000 relativamente ao seu Sistema de Segurança Alimentar e ISO 9001 relativamente aos serviços de atribuição de bolsas de estudos, alojamento, saúde e actividades desportivas e culturais. Foram igualmente certificados pela norma ISO 9001, os Serviços de Documentação e o SAPIA.

 


 

Para 2010, uma das novidades será o arranque de cursos em horário pós-laboral. Esta actividade abrirá a Universidade a novos públicos e, segundo António M. Cunha “já estava prevista no Programa de Acção da Universidade”, ganhando ainda mais força com a implementação do Programa Específico de Desenvolvimento (acordado entre o Governo e as Universidades Públicas no passado dia 12 de Janeiro através do Contrato de Confiança), o qual foi formalizado ontem entre a UMinho e o Ministro Mariano Gago (este contrato estabelece as bases para um reforço do financiamento da Universidade por parte do Governo.

 

No caso da UMinho, a concretização do Contrato de Confiança significa um aumento das transferências do Orçamento de Estado na ordem dos 100 milhões de euros). A UMinho foi a primeira Universidade a fazê-lo, comprometendo-se para além do alargamento da sua oferta educativa ao nível das pós-graduações e de licenciaturas que funcionarão em regime pós-laboral; uma aposta em formações a distância e a qualificação de mais de 6000 activos. Para além disso este Programa permitirá a concretização de um conjunto de infra-estruturas académicas, nas quais “a Universidade se encontra fortemente empenhada”, como serão os casos do Centro Multidisciplinar para a Biossustentabilidade e Qualidade da Construção, em Gualtar e Azurém; a Escola de Enfermagem / Centro de Formação em Tecnologias para a Saúde, em Gualtar; e o Espaço Biblioteca – Centro de Informação / Documentação, em Azurém, para além doutros.

 


 

Este Programa será complementado com um contrato programa específico para a área das ciências da saúde, em fase discussão com MCTES.

 

Para António M. Cunha “os tempos que vivemos são difíceis”. O Reitor lançou o repto a docentes e investigadores, trabalhadores não docentes, estudantes, às outras universidades, aos poderes políticos e poderes regionais, referindo que “é pelo conhecimento e pela educação que Portugal e a Europa poderão enfrentar os desafios e as oportunidades dos tempos actuais e futuros”, contando para isso com mobilização de todos.

 

 

AAUM satisfeita assegura vigilância

 

Luís Rodrigues fez a sua primeira intervenção no dia da Universidade, enquanto presidente da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM). Um discurso marcado pela satisfação sobre as mudanças ocorridas no ano transacto “o 36º aniversário da Universidade do Minho ficará marcado por um forte elemento de mudança”.

 

Luís Rodrigues aproveitou o momento para “aplaudir” o Contrato de Confiança, relembrando que !o Ensino Superior há muito que está sub financiado” assim os montantes envolvidos “apenas colocarão o financiamento do ensino superior, em termos nominais, equivalente ao ano de 2005”. O Contrato de Confiança assinado envolve 100 milhões de euros, sendo que serão disponibilizados mais 16 milhões para bolsas de acção social escolar no ensino superior. Mas apesar de satisfeito com estas medidas, refere que “serão medidas apresentadas tardiamente e de efeitos restritivos”.Para o presidente da AAUM é “preocupante” que em Portugal ainda haja desigualdade no acesso ao ensino superior.

 


 

Saudando esta nova fase, o dirigente estudantil lembrou que “os estudantes manter-se-ão diligentes no que à manutenção dos actuais padrões de qualidade dos ciclos de estudo diz respeito”, e preparando o futuro serão “intransigentes na execução dos princípios em que acreditamos no presente”.

 

Concluindo o seu discurso, Luís Rodrigues reafirmou a sua confiança na UMinho, nos seus dirigentes e em todos os que a ela pertencem, destacando a acção dos estudantes em duas iniciativas no ano transacto: na organização de debates, workshops e seminários no intuito de reforçar a intervenção dos jovens na política e o estudo encomendado pela AAUM, que demonstrou o impacto dos estudantes da UMinho nas economias locais, revelando-os como “dinamizadores da actividade económica das sociedades onde residem e estudam”. O dirigente terminou dizendo “temos orgulho de pertencer a esta Universidade”.

 

Antes da intervenção do Ministro Mariano Gago, o qual presidiu à cerimónia foram assinados contratos com o Laboratório de Instrumentação e Física Experimental e de Partículas e Laboratório Internacional de Nanotecnologia, sendo ainda rubricados acordos com a Câmara Municipal de Braga, e a Fundação Cidade de Guimarães que gere a programação da Capital Europeia da Cultura 2012. Para além dos importantes protocolos de cooperação entre a Universidade e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Contrato de Confiança).

 


 

Mais 100 mil diplomados em quatro anos

 

Na sua intervenção, o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior disse que o Contrato de Confiança assinado com as universidades permitirá que mais 100 mil pessoas obtenham, em quatro anos, qualificações no ensino superior. “Presumo que este objectivo será atingido e provavelmente superado”, disse o ministro. Para Mariano Gago, este Programa Específico de Desenvolvimento que se resume a um reforço do investimento público no ensino superior deve-se ao facto das “necessidades de formação da população portuguesa são cada vez mais agudas”, por isso o Governo veio dar “esta força”, necessária face à situação económica presente. Salientando que a necessidade de mais qualificações “obrigação regresso à escola de pessoas que prematuramente abandonaram os estudos, quer seja para fazer formação profissional quer para frequentarem o ensino superior”.

 

Nas palavras do Ministro, o ensino superior está agora muito diferente do que era por exemplo quando a UMinho iniciou o seu trajecto, “o apelo à educação é muito importante”. Lembrando que Portugal está acima da média europeia em termos de número de investigadores por habitante, continua abaixo no número de pessoas com diplomas do ensino superior. O governante frisou que “é essencial que os jovens façam o ensino superior”, o que nem sempre é fácil, pois muita da nossa população jovem e não só, vê-se obrigada a deixar os estudos para trabalhar, por isso, as instituições de ensino superior têm obrigação de responder a esse problema, frisando que “as universidades têm capacidades, recursos e pessoas qualificadas para responder a uma grande variedade de público, que vai desde os jovens que saem do ensino secundário a pessoas que dantes nunca atravessavam as portas da universidade”. Para além da possibilidade de horários pós-laborais, o ministro referiu que deve haver uma “revolução”, os novos cursos universitários poderão ter “uma componente de ensino à distância e uma parte presencial”. Este deve afirmar-se como método de ensino e valer como qualquer outro, “a universidade tem de se bater por isto”, deve ser um valor para a Universidade, tal como já o é internacionalmente. Na sua opinião esta é “uma oportunidade das universidades fazerem uma revisão dos seus meios, métodos e técnicas de ensino”.

 


 

Mariano Gago terminou dizendo que face a toda esta nova realidade “a UMinho tem muito trabalho pela frente e estas são as boas notícias”.

 

Ainda no final da cerimónia e após a Oração de Sapiência subordinada ao tema “Preservar o passado, construir o futuro: da teoria à prática”, proferida pelo Prof. Doutor Paulo Lourenço, da Escola de Engenharia, decorreu a entrega do Prémios de Mérito de Investigação, entrega da Medalha da Universidade aos funcionários mais antigos, entrega de Prémios Escolares, das Cartas Doutorais, encerrando com o Cortejo Académico.

 

Prémio de Mérito de Investigação 2010 entregue a Rui Reis

 

Esta distinção resultou da sua liderança internacional na área da medicina regenerativa e engenharia de tecidos humanos, biomateriais, e células estaminais. Rui Reis é o investigador europeu com mais publicações neste domínio (e o segundo do mundo). Director da Unidade de Investigação 3B’s e do Instituto Europeu de Excelência em Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa, sedeado no AvePark, em Guimarães, Rui Reis foi ainda recentemente eleito e acabou de tomar posse como Presidente para a Europa da Sociedade Mundial de Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa, a sociedade científica mais importante e de maior dimensão neste domínio científico que ajudou a fundar. Rui Reis, 42 anos, colabora, também, com grandes empresas e grupos de investigação de excelência de diversos pontos do mundo, coordenando cinco grandes projectos de investigação da União Europeia, incluindo a única rede europeia de excelência (NoE) em Engenharia de tecidos, a Expertissues.

 


 

É o investigador principal de projetos cujo financiamento totaliza 25 milhões de euros, dos quais oito milhões se destinam às actividades do 3B´s. Foi durarnte os últimos quatro anos presidente da sociedade portuguesa de células estaminais e terapia celular (SPCE-TC), ocupando ainda lugares de relevo em diversas sociedades científicas internacionais. Faz parte da direcção mundial e é o presidente para a Europa da Tissue Engineering and Regenerative Medicine International Society (TERMIS). Têm sido atribuídos a Rui Reis diversos prémios científicos internacionais, a que acrescem alguns prémios de inovação e empreendedorismo. O investigador é autor de 390 trabalhos, dos quais mais de 300 se encontram publicados em revistas científicas internacionais, cerca de 170 capítulos de livros de circulação internacional e de mais de 950 comunicações apresentadas em conferências internacionais, incluindo mais 130 palestras convidadas apresentadas em todo o mundo. É o Editor Chefe da revista Journal of Tissue Engineering and Regenerative Medicine, John Wiley & Sons. O prémio, que vai na segunda edição, é a mais importante distinção científica atribuída pela UMinho, para distinguir docentes que se tenham destacado pela sua actividade científica.

 


 

 

 

Texto: Ana Marques


   

 

Fotografia: Nuno Gonçalves


 

 

(Pub. Fev/2010)

 

 

 
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