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UMinho assume natureza estruturante do pilar da investigação e da inovação para a sua missão

UMinho assume natureza estruturante do pilar da investigação e da inovação para a sua missão

Esta foi uma das premissas orientadoras da 1.ª edição do Research & Innovation Open Days que decorreu nos dias 30 e 31 de janeiro, na Universidade do Minho (UMinho), e juntou, nos sete painéis realizados, meia centena de oradores.

O evento procurou mostrar o melhor da investigação e da inovação desta academia, através de apresentações de projetos, de oradores e de posters, “um momento muito importante para aprofundar o nosso conhecimento sobre a nossa realidade do sistema científico e inovação, reforçar esse conhecimento e criar condições para que novas articulações sejam criadas dentro da nossa própria comunidade”, começou por dizer o reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, na abertura oficial.

“Não há certamente nenhuma dúvida acerca da natureza estruturante do pilar da investigação e da inovação na concretização da missão da UMinho”, afirmou o responsável da academia Minhota, apontando que cabe à instituição, “contribuir para o alargamento das fronteiras do conhecimento humano” e “criar condições que permitam a transposição, transferência, a contextualização dos saberes que aqui são produzidos, para outros contextos, tornando o conhecimento efetivo fator de transformação social e económica”.

Para que isto aconteça, indicou que é preciso garantir determinadas condições, tais como: a existência de uma comunidade de investigadores forte. Neste sentido, realçou o momento “estimulante” que se atravessa relativamente ao futuro e ao facto de a instituição querer ou não uma comunidade alargada de investigadores profissionais, chamando a atenção para as oportunidades que estão neste momento criadas, os instrumentos disponíveis, expondo que “estão disponíveis durante um período relativamente curto de tempo, o nosso tempo de decisão não é muito longo”, assumindo que a posição da reitoria é a de que “temos de aproveitar essa oportunidade”, declarando que “pode ser uma oportunidade única para integrarmos, no quadro das nossas carreiras de investigação, um número significativo de investigadores, e por essa via, capacitarmos mais a nossa comunidade”.

Além desta, é preciso garantir as estruturas de recursos humanos que apoiam a atividade científica e tecnológica, a UMinho tem 30 centros de investigação, 13 laboratórios colaborativos, nove laboratórios associados, 12 unidades de interface e 48 spin-offs. “Pensar estas estruturas, pensar a complexidade deste sistema a partir da nossa realidade, será muito oportuno”, disse.

Como terceira condição, Rui Vieira de Castro coloca a existência de infraestruturas relevantes, dando como exemplos, na UMinho, o recente inaugurado TERM Research Hub (engenharia de tecidos), o MIRRI (recursos microbianos), “dois excelentes exemplos da capacidade de desenvolver infraestruturas de grande qualidade”, patenteou.

Outra das condições é, segundo este, a internacionalização da investigação, sublinhando que 50% da produção científica da UMinho é feita no quadro de colaborações internacionais, “condição para estarmos no ponto em que estamos no panorama nacional e internacional”, apontando que a ideia é “avançar com parcerias estratégicas com instituições de referência no contexto internacional”.

Como última condição, indicou a “ciência aberta”, um caminho que tem sido feito pela UMinho e que diz ser “irrecusável”.

Concluindo, o reitor da UMinho reconhece a existência, na academia minhota, de recursos humanos de enorme qualidade, a existência de unidades de investigação e inovação fortes, estruturadas e com uma atividade muito intensa, a existências de boas infraestruturas, a adoção de orientações e de práticas que são as adotadas pelas comunidades científicas de referência, afirmando que embora nem tudo esteja bem “temos claramente um enorme potencial”, esclareceu.

Terminando, disse contar com a comunidade científica para o “muito caminho que há ainda a percorrer e a fazer”.

Para o vice-reitor para a Investigação e Inovação, Eugénio Campos Ferreira, “esta é uma amostra da nossa investigação e da inovação que temos mantido. Uma oportunidade para os jovens investigadores e para os próprios alunos que estão inseridos desde muito cedo em laboratórios de investigação, tomarem contacto com investigadores mais seniores, ouvirem as suas experiências de vida, os seus percursos, a apresentação de resultados e a motivação para a preparação de projetos que são bem-sucedidos para a captura de financiamento”, disse.

Texto: Ana Marques

Foto: Nuno Gonçalves

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Best-of da investigação da UMinho vai ser apresentado

Best-of da investigação da UMinho vai ser apresentado

Sabia que a Universidade do Minho tem mais de 600 projetos científicos em curso, envolvendo quase 230 milhões de euros e 3000 investigadores e professores? E que é líder nacional em patentes, tem 65 cientistas no grupo dos 2% mais citados no mundo e acolhe o principal supercomputador português?

O melhor da investigação e inovação desta academia vai ser conhecido a 30 e 31 de janeiro, na 1ª edição dos “UMinho Research & Innovation Open Days”. O edifício 2 do campus de Gualtar (Braga) está a “vestir-se de gala” para as apresentações de projetos, de oradores e de posters. E há muito para descobrir entre 30 centros de investigação, 13 laboratórios colaborativos, nove laboratórios associados, 12 unidades de interface e 48 spin-offs.

A abertura oficial é na terça-feira às 9h15, no auditório B1, com o reitor, Rui Vieira de Castro e o vice-reitor para a Investigação e Inovação, Eugénio Campos Ferreira. O painel inicial junta três vencedores da bolsa do Conselho Europeu de Investigação, a mais prestigiada na UE: Ana João Rodrigues tem analisado o prazer e a aversão no cérebro, Paulo Lourenço estuda o património histórico perante sismos e Alexandra Marques cria modelos 3D de tecidos de pele doentes.

Após um intervalo para sessões de posters e networking, o segundo painel conta às 11h15 com representantes dos laboratórios associados AR-NET, ICVS/3B’s, Labbels, ARISE, LASI, INESC TEC, LaPMET, LIP e IN2PAST. Às 14h30, dá-se a voz a outras unidades deste ecossistema de inovação: DTx, CCG, ProChild, Colab4Food, Fibrenamics, PIEP, TecMinho e Karion Therapeutics. Em paralelo, no auditório B2, nove jovens cientistas vão divulgar em formato pitch os seus projetos, ligados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Este formato repete-se na manhã seguinte, com mais nove investigações promissoras.

Afirmação internacional

A cooperação internacional vai ser avaliada às 15h30, com Rui Munhá, pivô para questões europeias na Fundação para a Ciência e a Tecnologia, e os investigadores José Manuel Méijome, do Centro de Física, e José Campos e Matos, do Instituto para a Sustentabilidade e Inovação em Engenharia de Estruturas. Já a mesa redonda sobre publicações científicas de acesso livre para todos traz duas referências na área – Eloy Rodrigues e Pedro Príncipe, dos Serviços de Documentação e Bibliotecas da UMinho.

O programa de sexta-feira abre a debater os processos de publicação científica e a integridade, prevendo-se depoimentos do editor do “EMBO Journal”, William Teale, e da delegada económica da Embaixada dos EUA em Lisboa, Sona Ramesh. É às 9h30, no auditório B2. Ao lado, no B1, valoriza-se a participação da UMinho na Rede Nacional de Infraestruturas Científicas, como o TERM Research Hub (engenharia de tecidos), o MIRRI (recursos microbianos), o Biodata.pt (dados biológicos), o OPENSCREEN (bioquímica) e o DataLab (populações). Às 11h00, é a vez de se conhecer quatro estudos sobre alimentos, genética, infeções e literatura, realizados em parceria com a Universidade de São Paulo (Brasil).

A sessão de encerramento é pelas 12h00, com as intervenções do vice-reitor Eugénio Campos Ferreira e da pró-reitora para os Projetos Científicos e Gestão da Investigação, Sandra Paiva.

Texto: GCI

Foto: Nuno Gonçalves

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UMinho receberá 1,73 milhões para contratação de investigadores

UMinho receberá 1,73 milhões para contratação de investigadores

A verba global de 20 milhões vem do Orçamento do Estado (OE) para 2024, e destina-se a contratar investigadores doutorados para as instituições de ensino superior público. A Universidade do Minho (UMinho) irá receber cerca de 1,73 milhões, verba que terá de ser executada em 2024.

A iniciativa “Reitor conversa com… os Investigadores”, como seria de esperar, contou com um elevado número de participantes que, como lembrou o Reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro “é um indicador de uma realidade relativamente recente na UMinho, e que tem a ver com a expressão que nela tem o corpo de investigadores”. Submetida ao tema “FCT Tenure – A posição da Universidade do Minho”, a conversa foi introduzida pelo responsável máximo da Universidade que prestou algumas informações, ao que se seguiu a sessão de perguntas e respostas entre investigadores, reitor e vice-reitor com a pasta da Investigação e Inovação, Eugénio Campos Ferreira.

Estimulada por um quadro de indefinição acerca de aspetos fundamentais do sistema científico, designadamente os caminhos a prosseguir para a consolidação das carreiras de investigação, neste diálogo, Rui Vieira de Castro realçou que a UMinho tem um desempenho, na dimensão de investigação, que é “reconhecido”, sendo reconhecida também a sua natureza de “Universidade de investigação”. Para isto muito contribuiu “a qualidade dos nossos investigadores”, a “qualidade dos nossos docentes que têm também atividade de investigação”, e a “qualidade das várias direções das unidades de investigação”, disse.

Reconhecendo o “momento crítico” do sistema científico nacional e da UMinho, momento que segundo este “vai jogar” o futuro do sistema científico, o Reitor da UMinho afiança que o momento foi antecipado e levou as Universidades a desenvolver iniciativas no sentido de se preparar um processo de transição que assegurasse que as centenas de investigadores com contratos celebrados no âmbito da norma transitória e que se aproximam do fim, não eram perdidos para o sistema, o que traria “impactos brutais no desempenho desse mesmo sistema”, disse. 

Perante a situação, foram encontradas duas soluções, o Governo lançou o “Programa FCT-Tenure” para cofinanciamento da contratação de até 1000 investigadores doutorados, exclusivamente para posições permanentes, prevendo-se a abertura de 400 posições adicionais na edição de 2025. Após várias interações com o Governo, segundo o responsável da UMinho “o resultado ficou aquém das expectativas”, sublinhando que resultou num “programa de médio prazo, mas que não resolve aquilo que pode resultar de impacto financeiro para as instituições”, disse.

Além deste, o Governo anunciou 20 milhões para instituições de ensino superior públicas contratarem investigadores doutorados para a carreira de investigação científica. As verbas deste mecanismo de financiamento adicional visam reforçar “as suas dotações orçamentais para 2024 e exclusivamente para a contratação por tempo indeterminado de investigadores”, sublinhou.

A UMinho deverá receber cerca de 1,73 milhões, o problema, segundo o responsável, “é a sua execução”, terá para ser feita em 2024 e só deverá contemplar um terço dos encargos com essa contratação.

Os dois mecanismos são diferenciados, sendo este último, uma “forma complementar ao programa FCT-Tenure“, referiu o Reitor, esperando que este “se mantenha para sempre. O objetivo é que estes instrumentos permitam o reforço da UMinho”, declarou.

Na primeira quinzena de fevereiro aguardam-se “decisões importantes” neste âmbito, anunciou o Reitor.

Texto: Ana Marques

Foto: Nuno Gonçalves

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Congresso da Sopcom teve palco na UMinho pela segunda vez

Congresso da Sopcom teve palco na UMinho pela segunda vez

A Universidade do Minho (UMinho) recebeu, pela segunda vez, o Congresso da Sopcom (Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação). O evento, decorrido entre 24 e 26 de janeiro, juntou mais de 300 participantes que debateram o tema “Comunicação, Culturas e Comunidades”, destacando-se o facto de muitas das vozes intervenientes sublinharem a falta de tempo para reflexão sobre o papel do jornalismo nas sociedades de hoje.

Coordenado pelo Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da UMinho, a abertura da 13.ª edição do Congresso da Sopcom coube a Madalena Oliveira, presidente da Sopcom, que assinalou o momento “intranquilo” que o mundo atravessa no geral, bem como a “dramática situação do jornalismo e dos jornalistas” em Portugal, apontando que não deve ser dispensada “uma reflexão mais abrangente sobre o modo como reconhecemos e atribuímos ou não valor a informação de qualidade e à missão de escrutínio público que há muito delegamos em quem escreve a história conjugando o presente como tempo verbal”.

“Movidos por paixão, mais do que pelo prestígio ou por uma aspiração de riqueza, movidos por uma maldita paixão que suporta a precariedade (como também disse Pedro Coelho na abertura do V Congresso dos jornalistas portugueses), movidos por uma paixão mal agradecida, os jornalistas são uma espécie de ativistas de uma cultura de verdade e de liberdade”, afirmou Madalena Oliveira, transmitindo que “colocá-los no centro dos nossos debates académicos não seria, neste Congresso Sopcom, apenas uma questão de oportunidade, mas um dever”, concluiu.

Na impossibilidade de estar presente no congresso, o ministro da Cultura, Pedro Adão, deixou uma mensagem onde relevou a “pertinência” do Congresso, afirmando que “é fundamental haver espaço e tempo para a reflexão”.

Sobre o presente e futuro da comunicação social, patenteou que por vezes se deixa para trás “a responsabilidade e a forma como deve ser pensada e repensada a oferta de comunicação social e do jornalismo em particular”, indicando como causa “a falta de um tempo lento de reflexão” e aconselhando a que “vale a pena regressar ao tempo lento da leitura e da oferta da comunicação também ela própria, trabalhada, lenta e com um ritmo distinto daquela que temos hoje”.

O reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, sinalizou as ciências sociais como área “seminal” da UMinho há praticamente 50 anos, garantindo que a aposta nas Ciências da Comunicação é “claramente uma aposta ganha”. Apesar disso, frisou que “as apostas não são ganhas para sempre e precisamos em contínuo de nos colocarmos novos desafios, de encontrarmos novas formas de organização, de explorarmos novas dimensões de atividade para que esse ganho seja contínuo”, disse.

O responsável da Universidade assegurou não ter qualquer dúvida sobre a “centralidade”, a “natureza fundamental das relações entre democracia e comunicação social”, afirmando que “uma comunicação social livre é um pilar fundamental das democracias”.

Realçando que “a crise do jornalismo a que estamos a assistir em Portugal é muitíssimo preocupante”, pelo que está a implicar de debilitação da nossa própria democracia, Rui Vieira de Castro apelou a uma “reflexão sobre o atual estado das coisas”.

A Sopcom completou, em 2023, cinco anos de existência e tem hoje cerca de 600 membros.

Texto: Ana Marques

Foto: CECS

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O Reitor conversa com… os Investigadores

O Reitor conversa com… os Investigadores

Em mais uma edição do ciclo de diálogos com as unidades orgânicas, os corpos e os membros da nossa Academia, o Reitor convida os Investigadores da Universidade do Minho a participarem numa sessão de informação e debate com o tema “FCT Tenure – A posição da Universidade do Minho. A sessão vai realizar-se esta quinta-feira, dia 25 de janeiro, pelas 15h00, no auditório A1 (edifício 1) do campus de Gualtar, em Braga.

Num quadro de indefinição acerca de aspetos fundamentais do sistema científico, designadamente os caminhos a prosseguir para a consolidação das carreiras de investigação, importa debater a política de emprego científico em Portugal e o necessário investimento nas pessoas que decidiram dedicar-se a fazer Ciência no nosso país.

A Universidade do Minho tem participado ativamente neste debate e desafiamos todos os investigadores a estarem presentes na sessão.

Texto: GCI

Foto: Nuno Gonçalves

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“Maior aproximação da Academia” será o mote da AAUMinho para 2024

“Maior aproximação da Academia” será o mote da AAUMinho para 2024

A nova direção da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUMinho) tomou posse no passado dia 19 de janeiro, Margarida Isaías assume um segundo mandato à frente da estrutura estudantil, destacando uma “equipa renovada e representativa”.

A cerimónia de tomada de posse dos Órgãos Sociais da AAUMinho realizou-se no Salão Medieval da Reitoria da Universidade do Minho. Além de Margarida Isaías e toda a sua equipa, tomaram posse Francisco Silva, estudante do Mestrado de Gestão de Projetos de Engenharia, como presidente do Conselho Fiscal e Jurisdicional, e Sónia Fernandes, estudante do Mestrado Integrado em Engenharia e Gestão Industrial, como presidente da Mesa da Reunião Geral de Alunos.

Num balanço do anterior mandato, a presidente empossada disse acreditar que a sua direção ajudou a tornar a AAUMinho e a Universidade “espaços melhores”, apesar das “enormes barreiras” e “dificuldades” com que desenvolveram o seu trabalho nas mais diversas áreas.

Afirmando que, como representantes máximos dos estudantes da UMinho, preocupa-os “a participação estudantil na Universidade e o desaparecimento do conceito dos estudantes no centro da Universidade Minho”. Inquietando-os ainda o contexto político nacional, “preocupa-nos a instabilidade, as prioridades, a democracia”, disse.

Reafirmando o seu compromisso perante a academia, destacou a “equipa renovada e representativa” que apresentou para este novo mandato, mostrando-se convicta de que têm todas as ferramentas necessárias para responder às necessidades dos estudantes da UMinho e compreendendo a “importância vital de maior aproximação da academia para exponenciar o impacto da AAUMinho, dos estudantes na Universidade, na região e no país”. Este é o nosso mote para 2024, “a aproximação da Academia”, afirmou. Uma aproximação que quer “da Academia ao país, às cidades, à Universidade entre si, e claro, a aproximação ainda mais estreita da AAUMInho à Academia, aos estudantes”, sublinhou.

Apontando que muitas melhorias foram feitas em 2023, indicou que também muitos passos foram dados para trás. “Se o financiamento ao ensino superior aumentou, foram também reduzidos os apoios às associações estudantis e juvenis pelo Instituto Português do Desporto e Juventude, não aumentaram os apoios às atividades destas associações que são o motor das universidades. Se a propina irá ser devolvida no final do curso como medida de fixação dos jovens, muitos são aqueles que são privados do acesso e frequência do ensino superior por dificuldades económicas e falhas na ação social”, disse. Acrescentando ainda que se o financiamento às instituições de ensino superior aumentou, “não foi com obrigação do aumento do financiamento aos Serviços de Ação Social”.

Margarida Isaías disse ainda quererem “aproximar a academia do país, mas não o podemos fazer sem aproximar as academias”, pelo que todas devem trabalhar em prol da mesma missão “os estudantes”, “o ensino superior em Portugal”. Apelando a que deixem “a representatividade e democracia atuarem”. Patenteando também querer aproximar a academia às cidades, “mas não o podemos fazer sem que as cidades se aproximem academia”, afirmando contar com as cidades que rodeiam a Universidade no trabalho por “mais alojamento universitário, por um acesso universal e gratuito de transportes públicos municipais e intermunicipais”. Assinalando ainda quererem aproximar a academia da Universidade, “mas não o podemos fazer sem que a Universidade se aproxime da academia, dos estudantes”, declarou. Realçando que a “redução da representatividade nos órgãos de gestão, o desinvestimento e a falta de apoios aos Serviços de Ação Social e aos estudantes, afastam a Universidade da academia e afastam a academia da Universidade até não haver mais academia”, disse.

Terminando, e falando aos estudantes, declarou que “a aproximação à academia é a nossa alavanca para um ano cheio de trabalho, desafios e, certamente, de concretizações”. “O futuro passa pela Educação, passa por vocês e passa pelo ensino superior”.

A dirigente associativa revelou ainda que a Gata na Praia decorrerá de 23 a 28 de março, e o Enterro da Gata será de 3 a 10 de maio.

A Vice-reitora para a Educação e Mobilidade Académica, Filomena Soares, em representação do Reitor, evidenciou o “papel crucial” da AAUMinho na vida académica da Universidade “servindo como uma voz representativa e um agente de mudança positiva”. Afirmando que “o vosso sucesso será também o sucesso da nossa Universidade”. Sublinhando que o papel do estudante é “cada vez mais complexo e mais exigente”, assegurou à nova direção que “encontrarão apoio total da reitoria, encorajamos a colaboração aberta e construtiva, pois acreditamos que juntos podemos superar os desafios, identificar oportunidades e criar um ambiente académico ainda mais vibrante e enriquecedor para todos”.

Texto: Ana Marques

Foto: AAUMinho

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“Os grupos culturais têm como missão inspirar a Universidade e os universitários …”

“Os grupos culturais têm como missão inspirar a Universidade e os universitários …”

Com o objetivo de cumprir a tradição dos fados nas Serenatas da Academia, o Sina nasceu a 1 de março de 2022, sendo o grupo mais recente da Universidade do Minho (UMinho).

​O Sina é um grupo de Fados com influência do Fado de Coimbra e de Lisboa, mas que se distingue pela intenção de desenvolver o Fado do Minho e de o dar a conhecer à sua população. O grupo nasceu após o repto lançado pela Associação Académica da Universidade do Minho. Dez alunos da UMinho, Beatriz Torres, Daniela Sousa, Francisca Alves, Inês Ferreira, João Monteiro, Margarida Pereira, Maurício Vale, Nuno Mendes, Pedro Belo e Ricardo Remelgado, juntaram-se para e criaram o grupo que agora faz sucesso.

O UMdicas esteve à conversa com a direção do grupo para saber mais sobre o Sina, sobre a sua origem, trajeto, sobre os seus projetos e sobre o seu futuro.

De que é feito este grupo e como se caracterizam?

Neste momento, o grupo é constituído por alunos e ex-alunos da UMinho, caracterizados pelo seu interesse e paixão pelo fado e todas as suas tradições.

Como descrevem o vosso trajeto e que balanço fazem?

O nosso trajeto tem sido de procura constante por evolução, por desafios e crescimento artístico.

Em que se destaca e diferencia o Sina dos outros grupos culturais?

O Sina destaca-se de outros grupos de fados pela abertura a qualquer aluno ou ex-aluno da UMinho, e não apenas masculino como acaba por ser mais usual. Destaca-se, também, pela procura constante pela inovação, por não se restringir a um estilo de fado específico, assim como pela procura por uma linguagem própria no fado enraizada na cultura minhota.

Participam em espetáculos e eventos muito diferenciados. Como caracterizam as vossas performances em palco? O que trouxeram e trazem ao panorama cultural da Universidade?

Participamos em espetáculos em vários tipos de recintos. Para além das atuações académicas, fazemos também atuações noutro tipo de eventos, tanto públicos como privados. Tendo também participado em eventos de solidariedade. Procuramos sempre abordar o fado no seu todo e em todas as suas facetas, assim como demonstrar que é possível criar novas culturas musicais e artísticas.

Por quantos elementos é constituído o grupo atualmente, e quem pode fazer parte dele?

Atualmente, o grupo é constituído por 12 membros, sendo que também se procede consistentemente ao ensino e integração de futuros membros. Qualquer atual ou antigo aluno da Universidade do Minho pode fazer parte do grupo.

No vosso percurso, quais os momentos e participações que destacam? Qual o vosso ponto alto do ano?

Há que destacar duas atuações recentes: a atuação nas Serenatas Velhas, neste último mês de outubro, e a atuação nas Estrelas ao Sábado, um programa na RTP, onde conseguimos passar à próxima etapa da competição. Estas terão sido, até agora, os pontos altos do nosso ano.

Quais os projetos do grupo mais importantes a curto/médio prazo?

A curto/médio prazo, para além das atuações ligadas ao calendário académico, procuramos estender o nosso leque de atuações (não só na nossa região como pelo país) e começar a criar uma cultura de fado na cidade de Braga.

A dinamização do grupo, torná-lo cada vez mais atrativo é, provavelmente, um dos vossos grandes objetivos. O que têm a dizer aos interessados em fazer parte do grupo?

Gostaríamos de dizer que têm toda a abertura não só para fazer parte do grupo, mas, também, para entrar em contacto com o grupo e partilhar o amor que temos por esta música.

Qual é maior sonho do Sina? O que ainda não fizeram e gostavam de concretizar?

O maior sonho do Sina é podermos passar a nossa mensagem e a nossa paixão a todos os que nos ouvem.

Como veem o panorama dos grupos culturais universitários em Portugal e a nível internacional?

A qualidade e a projeção dos grupos culturais tem crescido cada vez mais, em grande parte devido ao ótimo trabalho desenvolvido e ao apoio que têm recebido ao longo dos anos. São, hoje em dia, um estandarte do que a Universidade do Minho representa.

Como analisam o contexto dos grupos culturais na vida da Universidade e de um universitário?

Os grupos culturais têm como missão inspirar a Universidade e os universitários, criar e cristalizar a identidade da instituição que os acolhe, assim como representar os seus valores em todas as oportunidades que lhes forem providenciadas. Servem como um lembrete de que a experiência académica vai muito além do estudo, sendo também feita de amizade, acolhimento e da exploração das coisas que verdadeiramente nos fazem felizes e completos.

Uma mensagem à comunidade académica?

Gostaríamos de agradecer todo o apoio e presença que a comunidade académica nos tem prestado e continuaremos a trabalhar para que todas as nossas atuações sejam cada vez melhores, e sempre memoráveis. E a qualquer interessado em entrar no grupo, que entre em contacto com o grupo através das redes sociais.

Texto: Ana Marques

Foto: AAUMinho

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Arqueologia Urbana: desafios e perspetivas

Arqueologia Urbana: desafios e perspetivas

Artigo de opinião – Fernanda Magalhães , Professora Auxiliar do Instituto de Ciências Sociais, Universidade do Minho.

A arqueologia urbana tem sido um dos setores da atividade arqueológica que mais contribuiu para a afirmação profissional da arqueologia nas últimas décadas. No entanto, urge questionar o seu real impacto social, quando, em muitas situações, a utilidade cognitiva, social e económica da generalidade das escavações urbanas preventivas que são praticadas na maioria das cidades portuguesas é questionada e colocada em causa.

De facto, a cidade histórica deve ser perspetivada como um único sítio arqueológico, que se vai conhecendo a partir das intervenções arqueológicas que nele se realizam. Em Braga, são múltiplas as situações em que, por vezes, decorrem décadas até que se possa compreender e interpretar devidamente o significado das estruturas arquitetónicas, muitas vezes escavadas sectorialmente e como tal difíceis de compreender, sobretudo quando estamos perante grandes edifícios. Foi isso que aconteceu na intervenção arqueológica realizada, entre 2022 e 2023, pela Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho, na rua Nossa Senhora do Leite, em Braga. A cooperação entre as instituições é por isso indispensável para que a informação seja tratada de forma integrada e possa contribuir para o conhecimento da cidade e das suas mudanças ao longo do tempo. A ineficácia das políticas liberalizantes no mercado de trabalho de arqueologia tem originado a intervenção descoordenada de várias equipas no meio urbano, a qual dificilmente se pode traduzir em conhecimento útil, ou no bem público, seja ele a conservação do património, ou o seu uso para benefício das comunidades e da economia.

Nesse sentido, é imperativo que nos posicionemos a favor do estudo continuado das cidades, que deve estar assente numa legislação abrangente e responsável cimentada nas boas práticas relacionadas com a gestão do património urbano. Dessa maneira, a atividade arqueológica poderá conduzir à criação de novos patrimónios, à resolução de problemas de investigação que são hipóteses de pesquisa, bem como contribuir para a socialização do património em conjunto com a cidadania.

Partilhamos, por isso, da convicção de que a arqueologia urbana não pode ser reduzida a um somatório de intervenções desgarradas, feitas por diversas equipas para possibilitar o desenvolvimento de processos imobiliários. Sendo certo que a arqueologia urbana constitui um dos domínios mais complexos e exigentes da intervenção arqueológica, os seus resultados são fundamentais ao planeamento e reabilitação urbana, uma vez que estes só podem ser corretamente viabilizados quando os agentes neles envolvidos estão devidamente informados sobre os impactos da sua atuação no subsolo.

Assim, a arqueologia urbana deve efetivamente contribuir para compreender o processo histórico da evolução das cidades, mas também para a criação de novos patrimónios, para consolidar a identidade das cidades e aumentar a autoestima dos seus residentes, com um impacto muito positivo na economia das cidades, contribuindo para aumentar a atração turística e o desenvolvimento das chamadas indústrias culturais e criativas.

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PERCURSOS…

PERCURSOS…

Fátima Gomes é natural e vive em Braga (Gondizalves) há 62 anos. Casada, com duas filhas e dois netos, desempenha funções nos Serviços de Ação Social da Universidade do Minho (SASUM) há 33 anos. Atualmente, faz parte do DCF, uma equipa com cerca de 20 trabalhadores.

Nesta entrevista, a trabalhadora, adstrita ao Departamento Contabilístico e Financeiro (DCF) dos Serviços de Ação Social da Universidade do Minho (SASUM), mais especificamente, à Divisão de Contabilidade e Tesouraria, fala-nos do seu percurso de vida e experiência profissional, conta como é vivido o dia a dia, assumindo que ser avó tem sido “uma das experiências mais gratificantes da minha vida”, e afirmando que a sua maior motivação “é poder contribuir para o bom funcionamento dos SASUM”.

Como chegou aos SASUM e qual o seu percurso académico e profissional?

O meu percurso académico foi marcado por diferentes fases de aprendizagem. Em 1999, ingressei no ensino recorrente, onde completei o terceiro ciclo do ensino básico, equivalente ao 9.º ano. Posteriormente, através do programa ‘Novas Oportunidades’, obtive o 12.º ano de escolaridade, consolidando assim a minha formação.

O meu percurso profissional teve início em 1978, num laboratório de análises clínicas, onde adquiri valiosos conhecimentos e experiência na área. Em fevereiro de 1990, dei um novo passo na minha carreira ao começar a trabalhar nos SASUM, por meio de um contrato com a Associação Académica da Universidade do Minho. Neste novo ambiente profissional, em fevereiro de 1996, já com contrato com os SASUM, desempenhei funções administrativas no apoio de secretariado ao Gabinete do Administrador e na área da Tesouraria. Em 2001, iniciei uma nova fase da minha carreira profissional, como assistente administrativa, e desde então e até à presente data, tenho desempenhado funções, no atual, DFC, mais especificamente na Divisão da Contabilidade e Tesouraria.

Há quantos anos está nos Serviços e quais são, atualmente, as suas funções?

Estou nos Serviços há 33 anos e, ao longo desse tempo, as minhas responsabilidades evoluíram para funções específicas relacionadas com o processamento de faturação. Além disso, desempenho atividades de controlo das dívidas e apoio a verificação e recebimento de dinheiro proveniente das unidades dos SASUM.

Gosta do que faz?

De uma maneira geral, sim. Apesar da repetição das tarefas, cada uma é singular e distinta, o que traz uma certa variedade e desafio ao trabalho.

O que mais a motiva e quais as maiores dificuldades, no dia a dia, no desenvolvimento do seu trabalho?

O que mais me motiva no dia a dia é contribuir para o bom funcionamento dos SASUM. Em relação às dificuldades, destaco o esforço associado à necessidade de atender às exigências e prazos diários para verificação e envio dos documentos.

Como é um dia de trabalho de Fátima Gomes?

O dia de trabalho de Fátima Gomes segue uma rotina habitual que envolve várias tarefas dentro da Divisão da Contabilidade e Tesouraria. Uma parte significativa das minhas atividades diárias consiste na verificação do numerário das unidades, na emissão de faturas e no suporte a outras tarefas relacionadas com esta Divisão. No que diz respeito à faturação, as minhas tarefas incluem diferentes etapas. Começo por atualizar as distribuições recebidas através do docUM e por email para preparar a emissão das faturas. Também verifico os saldos das notas de encomenda, quando necessário, e procedo à emissão dos documentos, enviando-os para as entidades correspondentes, como clientes e Unidades da Universidade do Minho. Além disso, uma parte importante do meu trabalho consiste na verificação e no contacto com os clientes para garantir o recebimento dos valores pendentes. Em resumo, o meu dia de trabalho está relacionado com a gestão financeira, faturação e apoio administrativo no âmbito da Contabilidade e Tesouraria, assegurando que os processos sejam concluídos com precisão e eficiência.

Como caracteriza o trabalho feito no Departamento Contabilístico e Financeiro, em particular na sua área?

Trabalhar na Divisão da Contabilidade e Tesouraria é um desafio que exige uma extrema responsabilidade, devido aos procedimentos minuciosos que devemos seguir no âmbito da faturação e a todas as exigências legais que precisamos cumprir.

Quais as melhores e as piores memórias que tem do seu trajeto nos SASUM?

Relativamente às melhores e piores memórias no meu percurso nos SASUM, prefiro focar-me nos desafios enfrentados e nas oportunidades que surgiram. Estes momentos proporcionaram um constante crescimento e aprendizagem ao longo do caminho, seja pela evolução das práticas de trabalho ou pelo avanço tecnológico que experimentei.

Como olha para o futuro?

De forma expectante.

Curiosidades

O que a marcou?

O nascimento das minhas filhas.

O que ainda não fez?

Andar de avião.

Livro?

Não tenho hábito de ler.

Filme?

Titanic.

Uma música e/ou um músico?

Tony Carreira.

O que gosta de fazer nos tempos livres?

Nos meus tempos livres, uma das coisas que mais valorizo é estar com a minha família e amigos, quer seja para conversar, fazer atividades juntos ou simplesmente desfrutar da companhia uns dos outros.

Vício?

Não tenho.

Um lugar?

Praia.

A Universidade do Minho?

Instituição importante tanto para o ensino quanto para as cidades de Braga e Guimarães.

Texto: Ana Marques

Foto: Nuno Gonçalves

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Entrevista à Administradora dos SASUM, Alexandra Seixas

Entrevista à Administradora dos SASUM, Alexandra Seixas

Alexandra Seixas é Administradora dos Serviços de Ação Social da Universidade do Minho (SASUM) há pouco mais de um ano. Alumna da UMinho, é licenciada em Informática de Gestão e fez todo o seu percurso profissional na academia minhota. A responsável faz um balanço positivo deste ainda pequeno trajeto à frente da instituição, revelando estar a ser um desafio “ainda maior do que estava à espera”.

Quem é a Administradora dos SASUM?

Sou uma alumna da UMinho, de Informática de Gestão (designação do curso à data), com todo o percurso profissional desenvolvido na “casa”, tendo passado por vários serviços e desempenhado diversas funções e cargos. Casada e mãe de dois filhos já adultos e com muita vontade de ver acontecer, quer na dimensão pessoal, quer na profissional.

É a primeira mulher administradora dos SASUM. Como surgiu o convite e como o encarou?

O convite foi-me endereçado pelo Senhor Reitor, como é natural, sendo que se trata de um cargo de nomeação. Pese embora não deixe de considerar um (bom) sinal dos tempos a cada vez maior taxa de ocupação de cargos de responsabilidade por parte de mulheres, gosto de pensar que é porque temos cada vez mais mulheres preparadas para isso e com vontade disso! Não apenas pelo simples facto de serem… mulheres!

Ser Administradora dos SASUM é, para si, uma missão profissional ou um prazer pessoal?

As instituições precisam de quem nelas esteja por espírito de missão. Mais que nunca.

Com um longo curriculum ao serviço da UMinho, uma relação iniciada ainda enquanto estudante. Em que se alterou a sua vida com o abraçar deste projeto?

Ficou bem mais dinâmica, digamos… A minha fase de vida pessoal permite-me abraçar este desafio com uma entrega que não teria há uns anos. Mas sim, é um projeto que exige uma entrega muito grande, um empenho diário, motivação e muita força de vontade!

Como caracteriza a sua função? As experiências anteriores têm-na ajudado no cumprimento deste novo cargo? Quais os maiores desafios inerentes ao cargo que exerce?

Eu encaro a função como eminentemente executiva. Sei que há abordagens diferentes, porventura mais estratégicas, mas eu não consigo desligar estratégia, de ação. Sou de terreno, gosto de ver acontecer. O maior desafio diria que é o da sustentabilidade financeira do Serviço, pois sem ela não é possível prosseguir a nossa missão.

Penso que todo o percurso profissional nos prepara para qualquer desafio, pois somos o que fizemos, e como fizemos, ao longo da nossa carreira. Mas diria que o meu envolvimento na desmaterialização e reengenharia de processos na Universidade, em 2014, dotou-me de competência e visão importantes para o desempenho desta função.

Acresce o cargo de chefe de divisão nos Serviços Académicos e ainda o cargo de secretária de Escola que me permitiu conhecer as dinâmicas pedagógicas e, por conseguinte, as relacionadas com os estudantes e as suas necessidades.

Após um ano à frente dos destinos dos SASUM, que balanço faz desta experiência?

Um desafio ainda maior do que estava à espera, confesso. Pela complexidade da organização – por ser mais pequena que a UMinho, facilmente se cai no logro de pensar que os processos serão mais simples, o que não é, de todo, verdade. Menor dimensão pode ser sinónimo de maior complexidade e eu tenho testemunhado isso diariamente. Mas é, certamente, um balanço que faço pela positiva, pelo que de enriquecedor comporta e pela natureza social do serviço que presta.

Como caracteriza os SASUM atualmente e quais são, na sua opinião, os maiores desafios da Administração que lidera?

Os SASUM são uma organização que presta serviços aos estudantes, com foco nos mais carenciados, e, por isso, é nobre a sua missão. Os desafios são enormes, já referi o da sustentabilidade financeira, mas podemos referir a requalificação do edificado, sobretudo o edificado que acolhe os nossos estudantes residentes, mas também o restante que acusa as suas já mais que duas décadas sem intervenção de fundo. Também, o parque de equipamentos já obsoleto que serve as nossas cozinhas e torna as tarefas dos nossos colaboradores mais pesadas e demoradas. Há muitos desafios, mesmo, mas eu diria que estes são os que estão completamente identificados como necessitando de atenção e soluções urgentes. Outros, como o do alargamento da prestação de serviços, como é o caso da área da saúde mental, por exemplo, já têm luz ao fundo do túnel, tendo os SASUM integrado a candidatura da Universidade no âmbito do Programa de Promoção da Saúde Mental no Ensino Superior, juntamente com a Escola de Psicologia, a Escola de Medicina e a AAUMinho.

Existe algum projeto/plano especial que gostasse de ver concretizado até ao final do seu mandato? Quais as áreas onde vai centrar a sua atenção?

Os referidos na resposta à pergunta anterior. Acresce a desmaterialização e reengenharia de processos que já encontrei em andamento, mas que vou fazer questão e garantir a sua implementação plena e abrangendo a totalidade do Serviço e dos processos, o que não estava previsto no processo em curso que encontrei.

Na prossecução da sua tarefa enquanto administradora, quais têm sido as maiores dificuldades com que se tem deparado?

As maiores dificuldades têm sido principalmente de natureza financeira e a gestão da articulação das pessoas e serviços.

Sente que tem uma equipa motivada e empreendedora?

Sim, sinto. Tenho, nesta fase, uma equipa com quem conto para levar a cabo as estratégias e respetivas ações que a concretizem. Estou certa de que a qualidade da colaboração e o comprometimento de cada membro refletem-se na qualidade do serviço que oferecemos aos estudantes.

Quais os projetos infraestruturais ou outros, mais importantes dos SASUM a curto/médio prazo?

Nessa matéria diria, sem dúvida, as novas residências em Braga e em Guimarães. Ainda que os SASUM não sejam os “donos de obra”, acompanham e integram comissões e júris de procedimentos prévios à construção e/ou reabilitação dos respetivos edifícios e vão gerir o seu funcionamento e a sua atividade. A disponibilização destes equipamentos vai duplicar a oferta de quartos e a sua operacionalização vai ser um desafio gigantesco para a estrutura.

Qual o orçamento dos SASUM para 2024?

Cerca de 9.800 milhões de euros. Valor do orçamento submetido: 9.850.866,00 €.

Os SASUM têm uma grande capacidade de arrecadação de receitas próprias. O que representam estas, atualmente, no total do orçamento dos SASUM? De que formas poderão os SASUM reforçar as suas receitas próprias?

A capacidade de arrecadação das chamadas receitas próprias dos SASUM é assinalável, de facto, representa cerca de 62% do orçamento total e queremos, através da oferta de novos serviços e serviços mais apelativos, aumentar essa capacidade, claro. Mas também está na nossa mira a captação de verbas via concurso a financiamento externo, dimensão na qual já estamos a trabalhar, nomeadamente no que respeita ao previsto na candidatura submetida no âmbito do programa de promoção da saúde mental no ensino superior que já referi acima, mas também vamos procurar solucionar, por essa via do financiamento externo, a requalificação muito urgente dos edifícios das Residências.

Os SASUM têm vindo a fazer uma grande aposta na área da sustentabilidade. O que tem sido feito e onde querem chegar?

Os SASUM têm feito essa aposta, de facto. Considero, inclusivamente, que o trabalho que conseguiram fazer é notável, mas considero também que esse trabalho faz sentido se alargado à UMinho como um todo. Nesta fase, será nesse caminho que vamos trabalhar.

A falta de alojamento para os estudantes universitários tem sido uma das questões na ordem do dia. Por outro lado, tem havido protestos relativamente à qualidade das residências disponíveis. O que está a ser feito pelos SASUM e pela Universidade no sentido de ir ao encontro das exigências dos estudantes?

Penso que já respondi a esta questão em mais que uma resposta dada acima, mas reforço que sim, o alojamento e a qualidade de vida nas nossas residências são uma prioridade completamente identificada e para a qual estamos a trabalhar com muito afinco, esgotando todas as vias e percursos ao nosso alcance.

O desporto continua a ser uma das grandes bandeiras dos SASUM. A aposta e investimento no desporto será para continuar e reforçar?

O desporto é uma aposta da UMinho e da AAUMinho e os SASUM têm, como tal, encarnado esse desígnio o melhor que pode e que sabe com os meios que tem e que lhe são disponibilizados. Nesta medida, continuará a ser uma aposta dos Serviços, sim.

A UMinho foi premiada com Selo Estudante-Atleta. Este será para revalidar daqui a dois anos? Qual a estratégia?

Certamente que continuaremos a lutar pela excelência na prestação de serviços que permita aos estudantes apostarem em carreiras duais, sendo essa uma aposta estratégica da UMinho. Neste contexto, continuaremos a desenvolver a atividade de suporte a esse desígnio e a revalidação desse selo será, penso eu, algo quase natural, diria.

Como caracteriza a situação atual da ação social no ensino superior? Quais são os aspetos mais positivos e os mais negativos da atualidade?

A ação social no ensino superior engloba apoios indiretos e diretos. No que respeita aos apoios indiretos, os serviços de alimentação são afetados atualmente pela instabilidade dos mercados, da qual resultam variações súbitas de preços e constrangimentos vários nos procedimentos de aquisição de produtos. Este contexto afeta sobremaneira o serviço que pretendemos prestar aos estudantes, nomeadamente o fornecimento de refeições sociais.

Ainda neste grupo de apoios indiretos, os serviços de alojamento estudantil, apesar dos esforços internos para garantir as melhores condições de conforto, estão altamente condicionados, por um lado, pela falta de camas e, por outro, pela falta de financiamento que permita investir na reabilitação das infraestruturas e na renovação de mobiliário e equipamentos.

Neste particular, é positivo que o Orçamento do Estado para 2024 preveja o aumento de verbas para ação social indireta – reforço de 40 euros por estudante bolseiro alojado – contudo, ainda muito aquém dos valores de apoio que o Estado atribui aos estudantes bolseiros que, por falta de vaga nas residências públicas, ficam alojados no setor privado.

Importa, por isso, insistir num caminho de reforço dos recursos dos Serviços de Ação Social, de maneira a permitir a prestação de um serviço de qualidade e acessível a todos os estudantes que dele precisam para frequentar o ensino superior.

No que concerne aos apoios diretos, nomeadamente à atribuição de bolsas de estudo, regista-se como positivo o alargamento do limiar de elegibilidade, o que tem vindo a permitir apoiar mais famílias com insuficiências económicas, sendo, porém, necessário refletir também sobre outras condições de elegibilidade previstas no regulamento de atribuição de bolsas, tendo em consideração não só a conjuntura económica atual, como, sobretudo, o contexto de crescente internacionalização do ensino superior, que tem comportado novos desafios também no campo dos apoios sociais a disponibilizar aos estudantes.

Que mensagem gostaria de deixar à Academia e aos trabalhadores dos SASUM?

Aos estudantes, reforçar o que o maravilhoso hino da UMinho afirma: “estes anos são viagem” e ela deve mesmo ser aproveitada ao máximo! Estamos cá para ajudar nesse percurso!  Aos trabalhadores dos SASUM, uma mensagem de agradecimento e de reconhecimento pelo muito que por aqui se faz todos os dias com tão pouco!

Texto: Ana Marques

Foto: Nuno Gonçalves